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Politica Brasil
Terça - 31 de Outubro de 2006 às 07:42
Por: Onofre Ribeiro

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Finalmente terminou a eleição presidencial de 2006. Um grande alívio para todos nós. Foi uma eleição difícil, nem tanto pela disputa eleitoral, mas pelos acessórios que a envolveram. Complicadas as denúncias que surgiram a partir de junho de 2005 e perseguiram a administração federal desde então, até desaguar no primeiro turno, cercado pelas denúncias de tentativa de compra de dossiê contra tucanos de São Paulo.

A mídia não facilitou a vida do PT, do governo e do presidente Lula. Nem mesmo no auge da crise de moralidade do governo Getúlio Vargas, em 1954, houve tantas críticas concentradas. Tampouco Juscelino Kubitscheck foi tão criticado mesmo nos momentos mais graves de seu mandato. Ou Jânio Quadros com suas atitudes meio intempestivas, meio loucas.

O resultado da eleição traz leituras inevitáveis, apesar de tudo. O eleitor brasileiro está mais esclarecido. Ele votou por resultados. Se for assim mesmo, mais de 58 milhões de brasileiros acreditaram que sua vida de algum modo melhorou.

Mas, por outro lado, dividiu-se o Brasil em dois e em mais dois. Na primeira divisão, pobres e ricos. Na segunda, Norte e Nordeste, e em Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Aliás, isso parece muito claro. Basta olhar no mapa dos resultados que alguns jornais publicaram. Há dois brasis bem distintos coloridos em vermelho do meio para cima e uma estreita faixa que desce desde Mato Grosso até o Sul do país.

Desse modo, o presidente Lula, terá mesmo que atrair os governadores de todos os partidos para conversas claras e objetivas, se quiser ter governabilidade, porque as diferenças sociais e regionais da eleição,, são muito claras.

Fiquei muito impressionado com o mapa. Por mais que ele negue, o presidente Lula terá que ser um bombeiro muito eficiente daqui até a posse no segundo mandato para manter uma linha de equilíbrio político do país em relação ao seu governo.

Quem duvida, imagine a sede como vai descer o lobby das bancadas parlamentares nordestinas e nortistas, sob o argumento de que deram a vitória ao presidente. Todo mundo sabe a sede do Nordeste em busca de verbas públicas e de benesses oficiais. Ali se vive disso.

Já Mato Grosso tem um saldo mais consistente. Embora o presidente Lula não tenha vencido formalmente a eleição no estado, ele teve um grande salto em relação ao primeiro turno, passando de 557.244 de votos para 711.1712 votos, contra 719.922 de Geraldo Alckmin que teve 789.922 no primeiro turno. A diferença entre ambos foi de 8.807 votos a favor do candidato do PSDB.

A vitória de Lula em Mato Grosso deve ser creditada ao apoio do governador Blairo Maggi e da coordenação de Luiz Antonio Pagot, já que no primeiro turno Lula perdeu feio no estado.

Nos três principais colégios eleitorais do estado, Lula venceu em Cuiabá, em Várzea Grande e em Rondonópolis. A síntese geral é a de que Mato Grosso entrara em uma nova fase política menos sofrida do que nestes últimos 27 anos depois que foi dividido e deixado meio à margem da história nacional. Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM onofreribeiro@terra.com.br





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