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Nacional
Terça - 31 de Outubro de 2006 às 01:54

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Os vereadores Edson Santos (PT) e Silvia Pontes (PFL), da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, vão ler na sessão de hoje moções de repúdio à condecoração da enfermeira aposentada Maria Dora dos Santos Arbex, 67 anos, que baleou na mão um morador de rua que tentou assaltá-la, no início do mês, no Flamengo. A homenagem causou polêmica entre os parlamentares, principalmente após a publicação de reportagem de que ela acumula um histórico de brigas com vizinhos e ofensas aos funcionários dos condomínios onde morou.

Um das vítimas das agressões e discriminação racial é o recepcionista Vinícius Silva, 29 anos, que trabalhava no prédio, na Barra da Tijuca, onde a aposentada morou 14 anos. "O condomínio tem mensageiro. Se demorasse com a entrega, ela colocava a culpa na gente. Me chamava de macaco", acusa.

A maioria dos xingamentos ocorria pelo interfone. "Ela falava e batia o telefone. Cheguei a pensar em entrar com ação por discriminação", conta Vinícius, atualmente desempregado. "Não foi só comigo, não. O pessoal está com medo de falar", diz ele, que não esquece o dia em que a aposentada teria reclamado que o mensageiro lhe entregara peixe diferente do que encomendara. "Ela desceu e jogou o peixe em mim. Quase me atingiu. O mensageiro foi lá trocar".

Ofensas Vinícius explica que houve confusão também com sua mãe, que trabalhava para o condomínio como arrumadeira. "Ela nos xingava e dizia que tínhamos mais é que morrer", lembra. "Uma vez fui comprar pão. Ela disse que tinha posto o pão debaixo do braço e falou que eu poderia ficar com ele". Apesar das agressões verbais, Vinícius não guarda mágoas. "Mas, se passar perto, não cumprimento", diz ele, que critica a condecoração à aposentada. "Acontece de tudo, mas não deviam ter dado a medalha".





Fonte: O Dia

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