PSDB perde em Cuiabá e vê a força de Maggi em Mato Grosso

Em Mato Grosso Geraldo Alckmin (PSDB) conquistou 8.807 a mais que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reeleito para um novo mandato na presidência da República. Alckmin venceu mas não levou. Mas se comparado a performace que teve no primeiro turno, o candidato do PSDB pode ser declarado como o grande derrotado. Em primeiro de outubro teve mais de 200 mil votos de diferença sobre Lula. Neste domingo a diferença caiu para menos de 10 mil. Pior ainda. Viu seu adversário vencer nos principais colégios eleitorais do Estado, como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. Ganhou apenas onde o agronegócio é mais forte, no Nortão do Estado, região em que os grandes plantadores de soja visam lucros exorbitantes.

A campanha do segundo turno em Mato Grosso mostrou uma disputa entre o governador Blairo Maggi, que deve deixar o PPS e os caciques do PSDB no Estado como Antero Paes de Barros e o prefeito de Cuiabá Wilson Santos que se licenciou para trabalhar na campanha de Alckmin. Antero e Wilson saíram como os grandes derrotados. Tiveram de amargar a espetacular vitória de Maggi nos principais colégios. O petista venceu, em Cuiabá, com 156.985 votos. No primeiro turno Lula ele teve 113 mil votos. Alckmin caiu de 137.736 para 125.075. Em Rondonópolis Lula teve 45% dos votos no primeiro turno e 57% neste domingo. Alckmin caiu de 46% no primeiro turno para 42%. Em Várzea Grande, Alckmin obteve no primeiro turno 42% e, no segundo, 35%. Lula foi de 49% para 64% numa reação considerada fantástica.

Este desempenho pífio em Cuiabá, onde está o reduto do PSDB do prefeito Wilson Santos e do senador Antero Paes de Barros mostra que a sigla tucana sofreu um revés muito grande. Blairo Maggi, que no primeiro turno se manteve neutro até o dia da eleição, quando declarou ter votado em Lula pode ser considerado o grande vencedor. Para a cúpula do PPS mato-grossense que ainda comemora os números verificados no segundo turno, a vitória só não foi por inteira porque o governador não teve tempo suficiente para se dedicar de corpo e alma à campanha de Lula. “O governador passou uma boa parte do tempo viajando pedindo votos para o Lula no sul do país. Foi importante na vitória do Requião no Paraná e até mesmo pelo desempenho do PT no Rio Grande do Sul. Mais uma semana e a vitória de Lula seria retumbante”, disse um assessor direto do governador.

Mesmo no Nortão do país, onde Geraldo Alckmin superou Lula não foi o suficiente para dar um gostinho de vitória para o ex-governador paulista e muito menos para a cúpula do PSDB da região e para os integrantes do agronegócio. Em todas as cidades que compõem o Nortão do Estado, Luiz Inácio Lula da Silva teve um grande crescimento e viu Alckmin decair em relação ao que havia conquistado no primeiro turno. Apesar da vitória o resultado fragiliza o agronegócio na região que não terá a força que apresentou no início do ano com o Grito do Ipiranga quando paralisou as rodovias federias pedindo verbas para o setor. Neste segundo turno os principais chefes do agronegócio da região norte do Estado terão de negociar com o governador Blairo Maggi, que saiu deste pleito com o homem capaz de negociar com mais força com Lula em prol do agronegócio.