Justiça chilena investigará se é mesmo falso depósito de ouro de Pinochet

A Justiça chilena dará continuidade às diligências para determinar se são falsos ou não os documentos que apontam que o ex-ditador Augusto Pinochet tem um depósito de mais de nove toneladas de ouro no banco HBSC de Hong Kong, instituição que negou a denúncia.

O juiz encarregado do processo, Juan González, disse nesta sexta-feira que a investigação seguirá seu curso normal, apesar do categórico desmentido feito na quinta-feira pelo HBSC.

"Vamos continuar com as diligências, independentemente do que foi manifestado pelo representante do banco", disse o magistrado.

Nesta quinta-feira, o HSBC afirmou que tais informações "são falsas".

"Temos condições de afirmar que estes documentos são falsos", destaca um comunicado do Hong Kong & Shangai Banking Corporation (HSBC), difundido em Santiago.

A nota foi divulgada horas após o grupo britânico anunciar uma investigação sobre o suposto depósito de mais de nove toneladas de ouro em nome do general Augusto Pinochet, avaliado em cerca de 160 milhões de dólares.

Outras fontes estimaram que esse valor ultrapassaria os 190 milhões de dólares, ao considerar o preço atual da onça do ouro.

A documentação que provaria a existência do depósito chegou dos Estados Unidos para a Chancelaria chilena, que a enviou para o Conselho de Defesa do Estado (uma espécie de Procuradoria do Governo) para investigar o caso.

"O Conselho de Defesa do Estado teve a gentileza de permitir ao HSBC revisar a documentação relativa a uma suposta custódia por parte do Banco do ouro em Hong Kong, por um valor de 160 milhões de dólares, em nome do general Augusto Pinochet", acrescentou a nota.

"O HSBC continuará cooperando com qualquer solicitação das autoridades chilenas nesta matéria", garantiu a instituição.