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Nacional
Sexta - 20 de Outubro de 2006 às 16:37

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Uma nova pesquisa realizada em Vancouver, no Canadá, mostra que quando as mulheres acreditam que são geneticamente ruins em matemática, a crença se torna um presságio.

Quando o assunto é matemática, a divisão entre as habilidades femininas e masculinas pode ser atribuída mais à desinformação do que à herança genética, revelou uma nova pesquisa realizada nesta cidade do oeste do Canadá.

Um artigo publicado esta semana na revista Science mostrou que as mulheres expostas a teorias segundo as quais os indivíduos do sexo feminino são geneticamente fracos em matemática de fato têm um desempenho em testes da matéria pior do que aquelas não expostas a tais crenças.

A diferença entre os cérebros masculinos e femininos é um novo e polêmico tema de pesquisa científica.

Sua controvérsia é tal que, no início do ano, Lawrence Summers renunciou ao cargo de presidente da prestigiada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em meio a uma onda de críticas depois que ele sugeriu que as mulheres têm menos habilidade intrínseca em matemática e ciências do que os homens.

Os psicólogos Steven Heine e Ilan Dar-Nimrod, autores do artigo da Science, estudaram o desempenho de 220 estudantes mulheres em testes de matemática depois de lerem falsos informes científicos - todos totalmente inventados pelos pesquisadores - com alegações de que os homens se saem melhor em matemática. Um dos falsos artigos alegava a descoberta de que o cromossomo Y, que só os homens têm, dá aos indivíduos do sexo masculino uma vantagem de 5% sobre as mulheres em matemática.

Outro dizia que esta vantagem se devia a que os professores de matemática estereotipavam os meninos e meninas nas salas de aula.

Heine explicou que a pesquisa demonstrou claramente que as mulheres que leram o falso artigo genético tiveram um desempenho muito pior no teste de matemática.

A pesquisa, afirmou, mostra que as pessoas acreditam que podem superar os estereótipos e insistir. Mas se elas culparem sua herança genética e acreditarem que têm uma falta inata de habilidade, então desistem.

"As pessoas pensam que os genes são a essência do que somos", disse Heine, que juntamente com Dar-Nimrod leciona na Universidade da Columbia Britânica, em Vancouver. "Mas muitas pesquisas genéticas ainda não foram provadas", declarou em entrevista à AFP, e "simplesmente levantar uma questão genética tem conseqüências negativas".

Freqüentemente, disse Heine, a ciência sobre as pesquisas sobre como os genes afetam o gênero, a obesidade e a homossexualidade é "grosseiramente simplificada" na imprensa.

"Os artigos sozinhos têm o potencial de minar as motivações das pessoas. Se eu acredito que os genes têm uma influência determinante no meu peso, ainda vou lutar para manter minha rotina de dieta e exercícios?", exemplificou.

"As pesquisas genéticas são uma indústria florescente e toda semana (cientistas) identificam um novo gene", acrescentou. Mas os genes trabalham de forma complicada que os cientistas ainda não compreendem, alertou, e "nem todas as teorias científicas são criadas apropriadamente".





Fonte: AFP

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