MP apura conta de Suzane na Suíça e chama Barni para depor
No dia 27, o promotor do MPE Eduardo Rheingantz deverá ouvir o advogado Denivaldo Barni Júnior, procurador da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pelo Rodoanel. Amigo de Manfred e seu colega na Dersa, Barni não foi encontrado ontem para comentar o assunto.
As contas já haviam sido descobertas pela CPI do Banestado em 2003, mas a titularidade ainda não foi comprovada. O MPE do Paraná possui registro de ordem de pagamento de março de 1999 de conta no JP Morgan Chase, de Nova York, a 310035, chamada Tucano, de onde saíram duas remessas de US$ 500 mil para o DBTC.
O MPF tem duas frentes de investigação para apurar responsabilidades e desvio de recursos nas obras de construção do Trecho Oeste, além de evasão de divisas. A ação na área civil, já em adiantada fase de apuração, aponta desvios de recursos, com base em relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), e deve gerar uma ação civil pública de improbidade administrativa contra as empresas executoras da obra e provavelmente contra os diretores executivos da Dersa, órgão ligado à Secretaria Estadual de Transportes. Já a área ligada à lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro do MPF tem ação que apura envio de dinheiro desviado do pagamento da estrada para contas em bancos no exterior.
Procedimento idêntico foi aberto pela Promotoria de Justiça e Cidadania do MPE, que investiga suspeitas de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa de Manfred, ex-diretor de Engenharia da Dersa. Ele a mulher Marísia foram assassinados em 30 de outubro de 2002 pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da filha, Suzane.
A Promotoria paulista quer saber se Barni tem alguma informação sobre as contas na Suíça. O processo no MPE foi reaberto no dia 21 de julho, a pedido da promotora Ana Maria Aiello. Há dados sobre movimentação financeira da empresa M.A.V.R. Consultoria e Engenharia, registrada em nome de Manfred. A ação havia sido arquivada pelo próprio MPE no final de 2004.
A construção do Trecho Oeste do Rodoanel estava orçada em R$ 339 milhões, mas consumiu mais de R$ 1 bilhão entre obras e indenizações por desapropriações. Aditamentos elevaram os custos para cerca de R$ 575,8 milhões, 70% a mais do que o valor inicial.
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