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Economia
Quarta - 11 de Outubro de 2006 às 20:45

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"Antes tínhamos muita oferta e pouco interesse do comprador. Hoje temos muitos compradores e o que falta no mercado é o gado magro", conta José Luiz Soares de Mendonça, sócio da Boi Bom Leilões, escritório com sede em Rondonópolis, sul de Mato Grosso.

A boa demanda por animais trouxe liquidez e derrubou os prazos nos remates, dando agilidade ao mercado. "Trabalhávamos com um prazo de 40 a 60 dias. Hoje são 20 ou no máximo 30 dias e há muitos compradores que negociam para pagar à vista", relata Mendonça, que vende praticamente tudo o que põe em pista.

Se o comprador está disposto em investir na reposição, o criador, por sua vez, se mostra cauteloso em levar os animas ao tattersall. "Há criador que recebe três, quatro ligações por dia de compradores. Como existe muita procura e o mercado do boi gordo está firme, ele sabe que os preços vão melhorar. É por isso que, mesmo como pouco pasto, ele segura o gado na fazenda", conta o sócio da Boi Bom Leilões.

Quem leva os animais para os remates percebe no bolso a mudança no mercado mato-grossense. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea), da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a cotação da fêmea de até 12 meses subiu 16,66% na primeira quinzena de setembro, passando de R$ 180 para R$ 210.

O preço do bezerro também avançou, passando de R$ 268 para R$ 305, aumento de 13,08%. Além de estar de olho nos números da arroba do boi, o criador também espera que os animais recuperem o peso para que se valorizem no mercado. "Como o gado está `sentido´ pela seca, o criador sabe que o invernista não vai pagar aquilo que ele quer pelos animais", diz Mendonça.

Em Cuiabá o mercado também se mostra mais animado. "Não esperávamos um repique tão grande nos preços da reposição", conta Osmill Arruda, o Bill, diretor da Vila Nova Leilões, empresa com sede na capital mato-grossense, que passou a negociar o bezerro Nelore, em média, a R$ 320 em setembro. Em agosto eram R$ 290.

A exemplo de Rondonópolis, o invernista em Cuiabá reluta em pagar mais pela reposição. "Quem vende quer balizar o preço com os valores da arroba corrigidos, mas o comprador se baseia no preço do boi gordo de um mês atrás", conta Bill.

Apesar do bom momento da pecuária no Estado, a atividade deve pagar o preço da redução de investimentos e do desestímulo dos anos de crise. "Muitos criadores que montaram plantéis e investiram em melhoramento genético tiveram de se desfazer dos animais para sobreviver na crise. Desmontaram todo o trabalho", diz Bill.

"Acho que teremos problemas com a qualidade do gado ofertado nos próximos dois anos. Melhorar um plantel e produzir bons animais não é algo que se consegue da noite para o dia", completa o diretor da Vila Nova Leilões.





Fonte: 24HorasNews

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