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Internacional
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 15:17

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Pelo menos 11 pessoas - entre as quais seis agressores - foram mortas nesta segunda-feira num ataque diante do Parlamento de transição somaliano em Baidoa e cujo objetivo era assassinar o presidente da Somália, anunciou o governo.

De acordo com representantes do governo, o presidente Abdullahi Yusuf Ahmed escapou ileso, mas muitos" membros da administração de transição, que tem sua sede em Baidoa (250 km ao noroeste de Mogadiscio), ficaram feridos.

Um dos seus irmãos do presidente, Abdulsalam Yusuf Ahmed, foi morto durante o ataque.

As explosões aconteceram quando a comitiva presidencial saía do Parlamento onde Yusuf acabava de pronunciar um discurso diante dos deputados, informaram fontes oficiais.

"O objetivo do ataque era assassinar o presidente e desestabilizar o governo. Trata-se de um ataque criminoso contra o governo", declarou à AFP o ministro somali das Relações Exteriores, Ismail Mohamed Hurre, que estava em Nairóbi nesta segunda-feira.

A primeira explosão, causada por um carro-bomba, destruiu vários veículos estacionados diante do edifício, declararam testemunhas.

"Vi um carro branco explodir diante do Parlamento, destruindo sete outros carros", relatou uma testemunha, Sahad Mohamed Abukar.

Uma segunda explosão ocorreu cerca de 15 minutos depois, de acordo com outras testemunhas e um representante da polícia local.

Segundo o ministério das Relações Exteriores, o ataque deixou 11 mortos, sendo cinco membros da comitiva presidencial e seis supostos agressores. As forças de segurança também prenderam dois suspeitos e estavam perseguindo outros, acrescentou Hurre em entrevista coletiva.

"Por enquanto, não estou acusando ninguém, mas algumas pessoas já proclamaram sua intenção de combater o Igad, e a Somália faz parte do Igad", comentou o ministro, referindo-se implicitamente aos islamitas que assumiram o controle de Mogadiscio e de parte da Somália em junho.

No entanto, Hurre declarou em seguida não poder afirmar que os islamitas estejam realmente por trás do ataque.

Em 13 de setembro, a União Africana (UA) aprovou um plano de posicionamento de uma força de paz regional da Autoridade Inter-governamental de Desenvolvimento (Igad, que congrega sete países da África do Leste) na Somália. Os islamitas somalis afirmaram diversas vezes sua hostilidade a esse projeto, e avisaram que lutarão contra essa força.

Os tribunais islâmicos condenaram o ataque de Baidoa, qualificando seus autores de "inimigos da Somália".

O ministro das Relações Exteriores estabeleceu um vínculo direto entre o ataque de Baidoa e o assassinato, domingo, de uma religiosa católica italiana em um hospital de Mogadiscio. "Os que estão por trás do assassinato da religiosa também estão por trás do ataque", afirmou.

A ONU e a União Européia condenaram a tentativa de assassinato do presidente Yusuf e pediram aos somalis que resolvam pacificamente suas desavenças, num comunicado publicado em Nairóbi.





Fonte: AFP

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