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Meio Ambiente
Quinta - 14 de Setembro de 2006 às 14:20

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Investir no tratamento e na reutilização da água é essencial para o combate à seca, cujo futuro, devido à mudança climática, é uma incógnita, disseram hoje alguns dos maiores especialistas em água do mundo, em um congresso na capital chinesa sobre recursos hídricos.

"Não somos políticos, não vendemos soluções, mas sim conhecimento", disse à Efe o presidente da Associação Internacional da Água (IWA, em inglês), Laszlo Somlyody, após pedir que os Governos apostem na reutilização e façam uso dos grandes avanços científicos.

Na opinião de Somlyody, "concentrar-se na reutilização e controlar o desperdício" é o primeiro passo quando se quer controlar os recursos hídricos e tomar decisões sobre eles, afirmou o presidente da associação, na conclusão do V Congresso e Exposição Mundial de Água organizado pela IWA.

"Fazer estudos sobre o impacto ambiental, prever os problemas a longo prazo e consultar as pessoas" seriam os passos seguintes, antes da realização de "grandes projetos" de engenharia, como a faraônica transposição sul-norte projetada pela China.

Hoje, por coincidência, a agência "Xinhua" informou que a transposição fará com que mais de 200 mil pessoas sejam realocadas na província central chinesa de Henan.

Michael J. Rouse, ex-responsável pelo escritório de Inspeção de Água em Londres entre 1993 e 2003, garantiu que, embora "não se trate de nunca fazer uma transposição", é fundamental garantir, por exemplo, "que a água da chuva não está sendo desperdiçada".

Paul Reiter, diretor-executivo da IWA, disse que a China poderia se transformar em um líder mundial em gestão de águas residuais - as já utilizadas pelo homem -, devido a sua grande necessidade de acabar com a seca e a poluição das águas que afeta mais da metade de seus rios e lagos.

"A China poderia viver das águas residuais se tomasse as decisões adequadas e adotasse as tecnologias apropriadas", disse.

Durante quatro dias, mais de 3 mil pesquisadores, operadores, fabricantes, gerentes e fornecedores hídricos trocaram em Pequim experiências na luta contra a escassez de água e sua poluição.

Rouse, que atualmente trabalha como consultor em países como Gana e China, participou em março, no México, do Fórum Mundial da Água, onde foi discutido se a água é ou não um direito humano.

"O problema que foi colocado era se a água gratuita é um direito humano. E essa não é a questão, porque pegar a água, canalizá-la e depurá-la (...) tem um custo. O problema é se as pessoas estão ou não pagando muito pelo serviço", disse.

Segundo Morgen Hanze, responsável pela comunicação da IWA, o próximo congresso da associação acontecerá em 2008 em Viena e, nestes dois anos, o desafio será levar as iniciativas e as novas técnicas em gestão hídrica para a América Latina e África.




Fonte: Terra

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