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Saúde
Quinta - 14 de Setembro de 2006 às 07:45

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Osteopenia e osteoporose são duas palavras que passaram a fazer parte do nosso vocabulário com grande freqüência, na última década. Muitos ouvem o diagnóstico destas doenças e, mesmo sem compreender muito bem a gravidade da situação, têm a noção de que elas estão relacionadas à presença de ossos frágeis e propensos à fratura. “Sim, quem tem osteoporose pode fraturar um osso simplesmente tossindo, espirrando ou mudando de posição bruscamente”, alerta a endocrinologista e nutróloga Ellen Simone Paiva, diretora-clínica do CITEN, Centro Integrado de Terapia Nutricional.

“Quando falamos em osteopenia e osteoporose, o melhor é conhecer os causadores destas doenças para prevenir seu aparecimento, pois o tratamento médico das mesmas é caro e difícil”, informa a médica. A osteoporose é a doença óssea mais comum em homens e mulheres, após a quinta década de vida, Pode surgir antes, mas o seu desenvolvimento é mais comum com o avançar da idade. “Apostar na orientação e na disponibilização de informações sobre a doença é muito importante. É papel do médico esclarecer e alertar seus pacientes sobre a osteoporose. Em minha experiência clínica, constatei que quando os pacientes não são bem orientados sobre a doença, logo, abandonam o tratamento”, diz Ellen Paiva.

Osteoporose e sua prevenção

A osteopenia é a redução progressiva do cálcio dos ossos, que ao evoluir para graus maiores de gravidade leva à osteoporose. Ocorre por uma infinidade de causas, sendo as mais freqüentes: o climatério e a progressiva redução do hormônio feminino; o uso, a médio e longo prazos, de medicamentos, entre eles os glicocorticóides, os hormônios tireoideanos e alguns anticonvulsivantes; o alcoolismo; a imobilização prolongada e algumas doenças reumatológicas e endócrinas. Há ainda uma forte incidência familiar. Embora mais freqüente na mulher, a osteoporose também acomete o sexo masculino. A osteoporose é absolutamente prevenível e esta prevenção envolve alimentação saudável; exercícios físicos regulares; exposição ao sol; proteção medicamentosa dos ossos durante o uso prolongado de glicocorticóides e anticonvulsivantes; a polêmica terapia de reposição hormonal na menopausa; a correta reposição de hormônios tireodeanos; o consumo de álcool com moderação; a interrupção do fumo e a implementação de exames médicos de rotina e de procedimentos que evitem quedas.

Importância da orientação nutricional

“A alimentação é uma arma poderosa no combate à osteoporose. Ela garante um aporte adequado de cálcio para a mineralização óssea durante praticamente toda a vida”, afirma a endocrinologista. Após a menopausa, a redução do hormônio feminino causa a perda de cálcio e pode haver necessidade de suplementação do mineral. Além disso, em ambos os sexos, há uma progressiva redução na absorção de cálcio com o avançar da idade e a suplementação deste mineral pode prevenir a perda óssea e aumentar a densidade mineral óssea. “Entretanto, se já houver osteoporose manifesta, essa medida deve se associar ao uso de medicamentos para evitar a perda progressiva ou até mesmo propiciar o ganho de massa óssea”, explica Ellen Paiva.

De uma maneira geral, a suplementação de cálcio deve ser de 1000 a 1500mg de cálcio elementar/dia, após a menopausa, na mulher, e após os 60 anos, no homem. Um cuidado especial deve ser observado em relação às pessoas com propensão a perda de cálcio pela urina e aos formadores de cálculos, pois, nesses casos, a administração do cálcio é contra indicada. Na impossibilidade da suplementação de cálcio, os laticínios são as melhores fontes de cálcio da dieta. O iogurte (400mg em 200ml), o leite (300mg em 200ml) e o queijo (400mg em 150g) devem fazer parte do cardápio destas pessoas.

Suplementação vitamínica

Além dos problemas com a absorção do cálcio, com o avançar da idade há redução dos níveis de vitamina D no sangue, fator que agrava ainda mais a absorção de cálcio pelo organismo. “Por vivermos num país com abundância de sol, usamos protetores solares, roupas que cobrem os braços, chapéus e, muitas vezes, evitamos tomar sol. Todos estes cuidados dificultam a capacidade do organismo de produzir a vitamina D na pele”, explica a diretora-clínica do CITEN.

Pessoas com mais de 60 anos, geralmente, se beneficiam com a suplementação da vitamina D, principalmente se cronicamente enfermos ou se vivem em “casas de repouso”. Pesquisas recentes revelam a redução do risco de fraturas com a suplementação de 700 a 800UI de vitamina D, ao dia, entretanto, alimentos ricos em vitamina D, como as gemas dos ovos e o fígado não podem ser consumidos rotineiramente devido ao alto nível de colesterol.

Prática de exercícios

Os exercícios de carga são efetivos para manter ou aumentar a densidade mineral óssea na coluna lombar e no quadril. “As recomendações médicas incluem também caminhadas, exercícios aeróbicos de pequeno e médio impacto e de resistência, quando tolerados”, diz a nutróloga. Exercícios regulares também aumentam a massa e a força muscular, melhoram a coordenação e o equilíbrio e têm sido responsáveis pela redução em 25% do risco de quedas em idosos. Os exercícios que não utilizam a força da gravidade como os realizados na água - hidroginástica e natação - apesar de muito bons para o condicionamento físico e cardiovascular não são benéficos para a prevenção e o tratamento da osteoporose.

Prevenção de quedas

A prevenção de quedas é importante na redução do risco de fraturas e inclui medidas que interferem em algumas incapacitações como alterações visuais; hipotensão postural e tonturas; fraqueza muscular; e o excesso de medicamentos que podem alterar o estado cognitivo e o equilíbrio. “A adequação dos ambientes com iluminação adequada, a instalação de corrimões em escadas e banheiros e o uso de calçados adequados auxiliam o tratamento preventivo”, afirma a médica.

Polêmica terapia de reposição hormonal da menopausa

O papel da reposição do hormônio feminino na prevenção e tratamento da osteoporose permanece controverso. Entretanto, a maioria dos estudos é unânime em apontar que o estrogênio sozinho ou em associação com a progesterona reduz a perda óssea e a incidência de fraturas. Apesar disso, a terapia hormonal combinada está associada a um pequeno aumento do risco absoluto de doença coronariana, derrame cerebral, trombose venosa e câncer de mama. Quando usado sozinho, o estrogênio não parece estar associado com a doença coronariana ou o câncer de mama. Nos Estados Unidos, a terapia hormonal é aprovada apenas para a prevenção da osteoporose, mas não para o seu tratamento, utilizando-se a menor dose possível e por um curto período de tempo na opção da terapia combinada. No Brasil, as Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia e Endocrinologia e Metabologia orientam a avaliação de cada caso individualmente, podendo a terapia de reposição hormonal fazer parte do arsenal terapêutico do climatério, desde que seja feita a monitorização dos fatores de risco.

Medicamentos

“Além da suplementação de cálcio e vitamina D e das demais medidas preventivas descritas anteriormente, contamos também com vários medicamentos que, na maioria das vezes, tornam possível a melhora da massa óssea e, mais importante do que isso, a redução do risco de fraturas”, explica Ellen Simone Paiva. Os medicamentos disponíveis devem ser usados a longo prazo e apresentam preços elevados.

O controle da doença é feito por meio de exames laboratoriais e da densitometria óssea, que consegue medir exatamente a quantidade de cálcio perdida e a evolução da recuperação óssea. “Apesar da possibilidade do tratamento da osteoporose, a prevenção ainda é o melhor negócio”, conclui a médica. Ellen Simone Paiva Médica especializada em endocrinologia e nutrologia. Mestre em Medicina na área de nutrição e diabetes pela USP. Titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, SBEM e da ABRAN, Associação Brasileira de Nutrologia. Diretora clínica do CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional. CITEN O CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional – é uma clínica voltada à terapia nutricional de doenças crônicas em nível ambulatorial. Está apto a atender adultos e crianças, pois conta com equipe multidisciplinar altamente qualificada composta por médicos, nutricionistas, psicólogos e psicanalistas, devidamente credenciados junto às sociedades e instituições de classe nacionais e internacionais. Os cuidados com o contínuo desenvolvimento tecnológico – sejam em termos de tratamentos médicos como de equipamentos e de recursos instrumentais e medicamentosos – também merecem destaque no CITEN.





Fonte: Olhar Direto

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