Toninho Vaca Gorda é preso em Cuiabá

O ex-vereador por Tangará da Serra, Antonio Lopes Gonçalves, o Toninho da Vaca Gorda, foi preso na segunda-feira (21) em Cuiabá. Toninho foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso a 11 anos e nove meses de prisão por corrupção ativa e coação de vereadores no processo de privatização do sistema de abastecimento de água e esgoto do município. Ainda cabe recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com informações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o ex-vereador Toninho Vaca Gorda foi condenado por corrupção ativa e coação no curso da comissão especial de inquérito e da comissão processante instauradas na Câmara Municipal de Tangará para investigar a privatização do sistema de água e esgoto.

Toninho foi preso ontem pela manhã no Jardim Leblon em Cuiabá. De acordo com informações da equipe que efetuou a prisão, ele estava escondido na casa de parentes. Por volta das 13h, o ex-vereador foi conduzido para a Polinter, anexo do presídio Pascoal Ramos.

Na época, segundo as informações, Toninho da Vaca Gorda usou uma fita cassete para constranger os vereadores Jossé Lopes e Clarisse Grampégia a votarem a favor da privatização do sistema.

O julgamento foi realizado pelo Tribunal de Justiça no dia 26 de julho. Os ex-vereadores Ana Maria Urquiza Casagrande e Névio Bortoluzzi também tiveram o recurso indeferido, tendo sido condenados juntamente com Toninho. Também foram expedidos mandados de prisão contra os dois. Entre os acusados nos processos, foram absolvidos José Cláudio Vanni, Invanir Primon e Argeu Fogliatto.

O escândalo na privatização do sistema de água e esgoto de Tangará da Serra havia sido denunciado pelo ex-vereador Daniel do Indea, que foi assassinado próximo da sua casa na noite em que o projeto foi aprovado na Câmara.

Em junho os assassinos de Daniel, entre eles o ex-vereador Luiz Antônio de Oliveira, o Peba, suplente de vereador, que seria beneficiado com a cadeira de Daniel, foram condenados, porém o Ministério Público, bem como a defesa dos condenados, não descarta a participação de outros políticos na morte do vereador.

O Ministério Público, na época do julgamento de Peba, afirmou que existia o interesse de outros políticos na morte de Daniel do Indea, em função do posicionamento dele contrário à privatização do sistema de água e esgoto do município.

Depois da morte de Daniel houve o desbaratamento de todo um esquema de pagamento de propina para os vereadores para a aprovação do projeto, sendo que, na época, nove dos 14 vereadores foram cassados, entre eles Toninho da Vaca Gorda, que presidia a Câmara na época.