Quimioterapia é mais nefasta em câncer de mama

Os efeitos colaterais do tratamento quimioterápico aplicado às pacientes com câncer de mama são mais intensos do que se acreditava até agora, revelou nesta terça-feira um estudo publicado pela revista Journal of the National Cancer Institute. Os efeitos são principalmente infecção, perda de glóbulos brancos, desidratação e náuseas. Estes sintomas são sentidos por uma em cada seis pacientes de câncer de mama que, com freqüência, têm que ser internadas em caráter de emergência.

Segundo os cientistas do Instituto Dana-Farber do Câncer, em muitos casos as pacientes não precisam da quimioterapia, pois basta um tratamento com cirurgia, radiação e hormônios. No entanto, os cientistas advertem que isto não significa que a quimioterapia não tenha resultados positivos na maior parte dos casos.

"Nosso estudo não afirma que a quimioterapia seja inútil. O que acontece é que estamos tentando determinar quais são as mulheres que precisam delas", declarou o oncologista Michael Hassett, que liderou a pesquisa. O trabalho, patrocinado pelo Departamento de Saúde dos EUA, se baseou na análise dos dados correspondentes a 35.000 mulheres com menos de 64 anos e que foram submetidas à quimioterapia.

Segundo o estudo, 16% das mulheres experimentaram efeitos colaterais graves que levaram ao atendimento de emergência ou à internação. Além disso, as possibilidades de experimentar um resultado negativo do tratamento aumentaram 20% por mês durante cada mês adicional de quimioterapia administrada às pacientes após o diagnóstico inicial.

"A pesquisa mostra a importância que tem analisar como os remédios atingem as pessoas no atendimento médico do dia a dia", diz Carolyn Clancy, diretora do Organismo Federal de Pesquisas da Saúde. "É importante conhecer o impacto de intervenções como a quimioterapia, para que as pacientes possam tomar decisões informadas sobre os riscos e benefícios de suas escolhas de tratamento", concluiu.