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Economia
Quinta - 10 de Agosto de 2006 às 14:14

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Os preços das ações de empresas aéreas e de turismo caíram na Europa após a Scotland Yard anunciar que conseguiu interromper um plano para explodir aviões que fariam o percurso entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.

A segurança em todos os aeroportos da Grã-Bretanha foi reforçada e vôos foram cancelados, provocando grandes atrasos e temores de que os problemas vão prejudicar os negócios.

O índice da Bolsa de Londres, o FTSE-100 - que lista as ações das cem maiores companhias do mercado londrino -, caiu mais de 1%, com as ações da British Airways registrando 5% de queda.

A companhia aérea britânica disse que é muito cedo para estimar o prejuízo do problema, acrescentando que ela suspendeu temporariamente todos os vôos de curta distância que pousariam ou decolariam do aeroporto de Heathrow.

Queda de ações

A Autoridade Britânica de Aeroportos (BAA, na sigla em inglês) disse que Heathrow foi fechado para todos os vôos que chegariam no aeroporto que ainda não tinham partido e pediu a passageiros para que evitem o local.

A operadora foi comprada pela empresa espanhola Ferrovial em junho e suas ações já registraram uma queda de 2,6% em Madri.

As ações de outras empresas aéreas também caíram, incluindo as companhias de baixo custo Easyjet, que registrou uma queda de 2,8%, e a Ryanair, cujas ações caíram 3,3%. A operadora de duty-free Alpha Airports registrou 3,9% de queda e a empresa de viagens MyTravel 5%.

A empresa aérea alemã Lufthansa registrou queda nas ações após anunciar o cancelamento de todos os vôos à Grã-Bretanha até pelo menos às 13h, no horário de Londres.

A franco-holandesa Air France-KLM , que formam justas a maior companhia aérea européia, disse que suspendeu os vôos de Paris e cancelou alguns de Amsterdã.

A espanhola Ibéria, a italiana Alitalia e a grega Olympic Airlines suspenderam seus serviços e o aeroporto de Bruxelas, na Bélgica interrompeu os vôos para Londres.

Recuperação

A preocupação de muitas empresas é de que, enquanto em um curto prazo os custos fiquem limitados a alguns dias, em um longo prazo os consumidores criem um temor que as obrigue a cancelar viagens e adiar planos de férias.

As empresas de viagens passaram por uma fase muito difícil após os ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, e qualquer queda na demanda de consumidores pode afetar receitas que já estão sob pressão por causa dos altos preços dos combustíveis.

De acordo com o consultor de empresas aéreas Derek Jewson, cerca de milhares de pessoas chegam a Londres por ar todos os dias para fazer negócios na cidade e qualquer alteração no tráfego aéreo prejudica muitas empresas de serviços, como as de táxi.

O alerta em Heathrow ocorre em um momento em que a indústria de turismo mundial começava a se recuperar de uma depressão causada por ataques terroristas anteriores, uma epidemia de SARS e o tsunami na Ásia.

De acordo com um relatório do grupo de turismo VisitBritain, o número de visitantes americanos e australianos na Grã-Bretanha aumentou 9% nos primeiros seis meses de 2006 em comparação com o ano anterior, enquanto que a quantidade de turistas do Leste europeu cresceu 6%.

Henk Potts, estrategista de ações da Barclays Stockbrokers, disse que a mais recente tentativa de ataque a bomba destaca os "riscos em investir no setor aéreo".

Porém, ele acrescentou que os "mercados tendem a se recuperar bem".

"Quando vimos os eventos no passado, como os ataques a bomba em Londres, as ações se recuperaram", explicou Potts.

"Você sempre verá uma venda de ações baseada nas manchetes de hoje, mas investidores e analistas agora vão esperar para ver a profundidade da questão", disse ele.




Fonte: BBC Brasil

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