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Nacional
Terça - 08 de Agosto de 2006 às 05:29

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Os desvios de dinheiro na Assembléia Legislativa de Rondônia, por meio de uma folha de pagamentos paralela, podem ser maiores do que o montante apurado durante as investigações da Polícia Federal, que inclui o período de junho de 2004 a junho de 2005. Até então, a polícia calcula que foram desviados R$ 70 milhões dos cofres públicos, mas, depois dessa data, as transações continuaram a ser feitas.

Na última sexta-feira, a PF prendeu, na Operação Dominó, integrantes dos três Poderes em Rondônia, entre eles o presidente do TJ, Sebastião Teixeira Chaves, o presidente da Assembléia, Carlão de Oliveira (PSL), o ex-procurador-geral de Justiça José Carlos Vitachi e o ex-chefe da Casa Civil Carlos Magno Ramos (PPS), candidato a vice-governador na chapa do governador Ivo Cassol (PPS).

Gravações telefônicas autorizadas pela Justiça mostram que o sistema de cotas de deputados para a folha paralela continua depois de julho de 2005 e que o esquema serviu para trocas de favores entre o Legislativo, o TJ (Tribunal de Justiça) e o TCE (Tribunal de Contas do Estado).

De acordo com a Folha de S.Paulo, entre os meses de agosto do ano passado e junho deste ano, suspeitos de desvio de recursos mantiveram constante conversação telefônica com o diretor de recursos humanos da Assembléia, Emerson Lima Santos, e com o diretor-geral da Casa, José Ronaldo Palitot, pedindo a inclusão de nomes no esquema. Os grampos foram feitos durante as investigações a operação da PF.

Em uma gravação de setembro do ano passado, Magno Ramos, então na Casa Civil, pede a inclusão de dois nomes na cota da folha de pagamento de Carlão de Oliveira. Ele justifica que os valores são para pagamento da pensão de suas duas ex-mulheres.

O deputado Chico Paraíba (PMDB), que não aparece na lista de gabinetes beneficiados pelo esquema, é flagrado, em interceptação telefônica de 26 de dezembro de 2005, cobrando de Emerson Santos a razão de sua cota ter sido de R$ 32 mil, quando havia pedido R$ 60 mil ao presidente da Casa. A PF suspeita que Paraíba recebia na cota de Carlão de Oliveira. De acordo com a PF, o gabinete de Carlão recebeu R$ 1.401.500 do esquema.

As interceptações também indicam a participação da mulher de Carlão de Oliveira, Márcia Luiza Scheffer de Oliveira, na organização da listagem de folha de pagamentos, assim como da chefe-de-gabinete do deputado Haroldo Santos (PP), Rosa Salomé. As duas foram presas.




Fonte: Terra

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