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Politica Brasil
Sábado - 05 de Agosto de 2006 às 07:51

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Quase um mês após se tornar o pivô das suspeitas de envolvimento da senadora Serys Slhessarenko (PT) com a máfia dos sanguessugas, o empresário Paulo Roberto Ribeiro, genro da parlamentar, confirmou ter feito negócio com os empresários Luiz Antônio e Darcy Vedoin, chefes confessos do esquema. O acerto, assegurou ele, nunca envolveu a proposição de emendas.

A versão foi apresentada ontem pelo advogado Paulo Taques, que representa o empresário. Segundo ele, Paulo Roberto vendeu à Planam, por meio de sua empresa, a São Benedito Comércio e Prestação de Serviços, um lote de equipamentos para a montagem de ambulâncias. “Ele forneceu materiais para essa empresa, em uma operação comercial normal”, disse Taques.

Essa venda de equipamentos – o advogado não soube especificar as características do produto – teria ocorrido entre setembro e outubro de 2003, mesmo período em que Luiz Antônio e Darci Vedoin dizem ter acertado com Paulo Roberto a compra de emendas da senadora Serys, em troca de propina (ver matéria).

O pagamento foi realmente feito na sede da Planam, confirma Taques. E os valores envolvidos são coincidentes aos da denúncia. “Não foi em espécie, como disseram na denúncia, e nem tampouco estava relacionado ao pagamento de propina. Ele recebeu algo próximo de R$ 35 mil, por meio de um cheque, que neste momento estamos tentando rastrear”.

Taques negou haver relação entre o genro de Serys e as empresas Dismaf e Dinâmica, citadas nos depoimentos como beneficiárias dos recursos oriundos de emendas da senadora. Ele disse o mesmo em relação ao empresário identificado apenas como Sérgio, de Pontes e Lacerda, que teria apresentado o empresário aos Vedoin.

Anteontem, à CPI dos Sanguessugas, Luiz Antônio reafirmou sua acusação e ainda sugeriu que fosse quebrado o sigilo bancário de Paulo Roberto. Taques assegurou que a medida é desnecessária. “Os sigilos dele e da esposa já estão à disposição de qualquer autoridade interessada”, rebateu.

A demora na apresentação de uma linha de defesa, segundo ele, se deveu à dificuldade de acesso oficial aos depoimentos em que o nome de Paulo Roberto é citado. “Eu tomei essa decisão. Não poderia levar em conta apenas páginas de jornal. Fizemos ainda uma minuciosa varredura em documentos para comprovar o que estamos dizendo”.

DISTÂNCIA - Paulo Roberto é casado há dez anos com a filha da senadora, Larissa. Ao longo deste período, afirma Taques, o empresário se manteve distante das funções públicas da sogra. “Ele nunca representou a política Serys, nem a deputada ou a senadora. Sua vida comercial transcorria totalmente à parte”.

Segundo o advogado, o empresário atribui o envolvimento de seu nome no escândalo ao período eleitoral. “A sogra dele é candidata ao governo. Como não encontraram nada contra ela, procuraram atingir sua família”.

DEPOIMENTO – Paulo Roberto foi convocado pelo senador Romeu Tuma (PFL/SP), corregedor do Senado, a depor no processo aberto contra Serys pela corregedoria. A sessão, ainda sem data marcada, será realizada na Polícia Federal, em Cuiabá. “Queremos que seja o quanto antes. Temos pressa”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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