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Nacional
Terça - 18 de Julho de 2006 às 21:20

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Cinco argentinos, oito libaneses e 85 brasileiros que fugiram do Líbano em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já passaram por Recife e chegam ainda hoje (18) a São Paulo. Entre os passageiros estão mulheres, crianças e idosos descendentes e parentes de libaneses, muitos dos quais estavam em férias no Oriente Médio quando teve início o conflito. Eles pousaram em Recife às 12h40 e permaneceram no solo por volta de uma hora, para abastecimento da aeronave. Todos seguiram viagem até São Paulo.

Enquanto a aeronave era abastecida, alguns passageiros aguardaram num dos portões de embarque, onde conversaram com a imprensa. O comerciante de Santa Catarina Zouhair Haidar, que voltou com a esposa e dois filhos, afirmou que essa foi a pior experiência que teve. "O bombardeio aconteceu a 500 metros do meu apartamento, que era próximo ao aeroporto. Estourou o vidro, houve muita poeira. Os viadutos foram os primeiros alvos", disse. "Quando começou o bombardeio, fomos para as montanhas, a 10 quilômetros de onde eu morava. Os preços de tudo dobraram, ficaram uma loucura, começou a faltar pão, alimentos, tudo".

A comerciante Joheina Mankara, que é casada com um libanês e foi passar férias no Líbano com duas filhas adolescentes, Tamara e Aline, contou que viveu momentos de tensão e pânico. “Quando começou o bombardeio eu estava arrumando as malas para vir embora. Nossa família tomou um susto. Recebi um telefonema de funcionários do Itamaraty dizendo que precisávamos viajar o mais rápido possível para Beirute, pegar um ônibus até a Síria e depois ir para a Turquia, onde um avião da FAB traria passageiros de volta para casa”.

O comandante da aeronave da FAB, Salvini Krieger, disse que "esse vôo serve para mostrar a capacidade da Força Aérea de operar em qualquer parte do mundo. É um vôo de muito orgulho para nós".

A região passa por uma escalada de violência desde que Israel, sob pretexto de se defender de ações do movimento libanês Hizbollah, iniciou ataques ao sul do Líbano e à capital, Beirute. O Hizbollah também tem lançado mísseis contra Israel. O número de civis mortos já passa de 200, segundo agências internacionais, a grande maioria em território libanês - inclusive quatro brasileiros. "Quando eles pararem de lançar mísseis e libertarem os soldados seqüestrados, Israel terminará as ações no Líbano", disse a embaixadora israelense no Brasil, Tzipora Riomon.

O governo brasileiro divulgou nota lamentando a incursão de Israel no sul do Líbano e o ataque a instalações locais. Na nota, “reitera sua oposição a atos desproporcionais de represália que possam contribuir para deteriorar ainda mais o já delicado quadro político e humanitário regional".

Segundo o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Argemiro Procópio, o envolvimento de outras partes no conflito poderia até mesmo trazer conseqüencias para o Brasil. "Digamos que o Irã entre no conflito, para onde vai o preço do petróleo?", questiona. De acordo com a agência Lusa, o exército israelense disse que mísseis lançados pelo Hizbollah seriam de fabricação iraniana.





Fonte: ABR

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