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Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Sexta - 30 de Junho de 2006 às 22:10

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A flora e a fauna de metade do oceano meio Atlântico, alimentada por águas tóxicas e ardentes que procedem das entranhas da Terra, serão estudadas pela primeira vez em caráter permanente por um grupo de cientistas franceses a partir de agosto.

"Vamos passar de uma observação pontual a uma permanente, pois durante cinco anos vasculharemos regularmente o local com instrumentos mais precisos", destacou nesta quinta-feira Jacques Binot, diretor de mídia e operações navais do Instituto Francês de Pesquisas para a Exploração do Mar (Ifremer), ao apresentar o projeto.

O Ifremer realizará, assim, duas campanhas sob sua direção para pôr em andamento os primeiros elementos de um observatório da Dorsal Meso-atlântica, onde se separam as placas tectônicas, situada a milhares de quilômetros no meio do oceano Atlântico.

"Pela primeira vez, todas as peças do quebra-cabeças serão reunidas", acrescentou Binot, em referência à grande diversidade de cientistas envolvidos no projeto, cujo campo de estudo vai da vulcanologia à biologia.

A existência de vida abundante nas profundezas só foi constatada há 30 anos e continua pouco conhecida, apesar da exploração comercial cada vez mais intensiva. Uma primeira campanha, batizada com o nome de Graviluck, se centrará no estudo da cortiça oceânica em uma área situada ao sul das Açores, onde as placas América e África/Europa se separam três centímetros a cada ano.

Os cientistas tentarão determinar a amplidão dos movimentos verticais do solo oceânico. Este tipo de pesquisas é simples quando se refere à crosta terrestre que emerge da água, graças a dois satélites, mas é muito mais complexa quando as áreas estão situadas centenas de metros debaixo d'água.

A segunda campanha, denominada Momareto, permitirá provar novos instrumentos especialmente concebidos para estudar a fauna e a flora totalmente adaptados a um meio rico em metais pesados e elementos radioativos.

Os cientistas querem compreender como estes ecossistemas, que abrigam uma grande concentração de vida, se adaptam aos terremotos e erupções vulcânicas submarinas freqüentes nesta região. Para realizar esta tarefa de pesquisa serão usadas três áreas de estudo: os gêiseres de água quente do Menez Gwenn (a 800 metros de profundidade), Lucky Strike (a -1,7 mil metros) e Rainbow (a -2,3 mil metros).





Fonte: AFP

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