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Internacional
Sábado - 24 de Junho de 2006 às 21:10

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MOGADÍSCIO - O líder da União de Tribunais Islâmicos (UCI), Sharif Sheikh Ahmed, disse hoje que os jornalistas estrangeiros no país serão protegidos, em referência ao assassinato do cinegrafista Martín Adler, na sexta-feira, na Somália.

"Estabeleceremos um escritório para garantir a segurança dos meios de imprensa internacionais para que possam fazer um trabalho seguro e efetivo", disse Sheikh Ahmed, que transmitiu suas condolências à família do jornalista assassinado e prometeu encontrar o responsável pelo crime.

"Os membros dos Tribunais Islâmicos estão muito tristes pelo assassinato e transmitimos nossas condolências aos familiares e amigos", afirmou.

"Vemos os jornalistas como parte dos trabalhadores voluntários para nosso povo e não queremos que se transformem em alvos. Trabalharemos também com os jornalistas locais que encontrem problemas com sua segurança", acrescentou.

O correspondente da Efe Abukar Albadri testemunhou o momento em que um homem encapuzado disparou contra Martin Adler pelas costas, em meio a uma multidão de milhares de pessoas que assistiam a uma manifestação no parque de Tarbuunka, em Mogadiscio. A manifestação foi promovida pela UCI, em protesto contra o envio de tropas estrangeiras para a missão de paz na Somália.

Adler, de 43 anos, trabalhava para o canal britânico "Canal 4" e era um repórter veterano agraciado com vários prêmios internacionais, recebidos por seu trabalho em várias regiões de guerra. Seu corpo foi levado hoje ao Quênia, informaram fontes oficiais da UCI.

Em 5 de junho, as Cortes Islâmicas controlaram Mogadíscio e todo o sul do país, assim como vários pontos estratégicos que foram conquistando para a coalizão de "senhores da guerra" Aliança para a Restauração da Paz e Contra o Terrorismo (ARPCT).

Ao se proclamarem vencedores, convidaram abertamente os jornalistas ocidentais a viajarem para Mogadíscio para que comprovassem que os tribunais da Sharia tinham estabelecido a segurança após 15 anos de conflitos.

O Governo de Transição somali e a UCI assinaram na quinta-feira um acordo que estabelece o reconhecimento mútuo e o fim das campanhas militares, uma ação vista pelos líderes como "o começo do fim do conflito somali".Apenas 24 horas depois do acordo, Adler foi morto por um pistoleiro.

Desde que começou, em fevereiro, a luta pelo controle da Somália - que vive em meio ao caos desde que o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto em 1991 -, mais de 360 pessoas morreram, na maioria mulheres e crianças. Em janeiro de 2005, a produtora da BBC Kate Peyton também foi assassinada em Mogadíscio.





Fonte: Agência Estado

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