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Saúde
Sábado - 24 de Junho de 2006 às 07:06

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O retorno ao uso de medicamentos naturais é um caminho de redescobertas e que médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, agentes de saúde e dirigentes das unidades do Programa Saúde da Família (PSF), de Cuiabá, estão reaprendendo a trilhar.

Não foi mais forte o lobby da indústria farmacêutica do que o inconsciente coletivo popular, que ainda conserva resquícios de um tempo em que ervas curativas e também preventivas eram encontradas em qualquer quintal.

À revelia de opiniões contrárias, como a das entidades médicas, a portaria 971 institui desde maio deste ano os medicamentos fitoterápicos assim como outras linhas de tratamento holísticas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Até a década de 60, no Brasil, ao invés das pílulas, comprimidos, xaropes, injeções, o que prevaleciam eram chás, banhos de imersão, além da benzeção, fortalecendo o entendimento de que a cura não depende apenas dos homens mas também do divino. A fé: outra crença que se perdeu nas unidades de saúde.

Ontem de manhã representantes de 15 unidades do PSF participaram do 2º curso de Fitoterapia e Plantas Medicinais, para aprender a cultivar 20 espécies.

Já existe uma "Farmácia Viva" em Cuiabá plantada desde 2004.

"Já vínhamos trabalhando nesta tendência", explica a farmacêutica Isanete Geraldine Costa Bieski, especialista em plantas medicinais e coordenadora do programa Farmácia Viva, da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O projeto piloto da Farmácia Viva fica no bairro Ribeirão da Ponte.

Em uma outra unidade no bairro Santa Rosa 2 são produzidas mudas para subsidiarem as demais farmácias que já estão sendo plantadas justamente nas 15 unidades do PSF que mandaram representantes para o curso.

Com "70 anos nos ombros", Agnaldo Souza Ferreira planta por dia cerca de 500 mudas. O cultivo delas, orienta ele, depende de cuidados, mas há espécies, como o Boldo, que "basta jogar no chão para pegar".

A médica do PSF no bairro Santa Isabel, Carine Jara da Silva Cardoso, formada há apenas 3 anos, já sentiu que a população atendida pelo SUS, principalmente a mais carente, dá muita importância aos medicamentos fitoterápicos. Por ter afinidade com a filosofia do programa, decidiu, sem as amarras da medicina alopática, ir fundo neste assunto e aprender mais sobre o tema, embora isso não estivesse em seus planos iniciais, talvez por desconhecimento





Fonte: A Gazeta

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