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Internacional
Sábado - 17 de Junho de 2006 às 11:23

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O príncipe Victor Emmanuel, que viveu num antigo palácio papal quando menino e passou sua vida entre nas altas rodas da Suíça acordou no sábado em uma cela de prisão, depois de ser preso por conta de uma investigação envolvendo prostituição e corrupção.

O filho de 69 anos do último rei da italiano, foi uma das 13 pessoas detidas no norte do país na sexta-feira, na investigação policial. Ele foi levado a uma cadeia em Potenza, no sul da Itália, onde a investigação está baseada.

O príncipe é uma das figuras mais conhecidas da Itália, e a prisão provocou choque até mesmo num país já acostumado a escândalos. Alguns jornais dedicaram cinco páginas ou mais ao assunto.

"Mulheres e Dinheiro — Victor Emmanuel termina algemado", foi a manchete do Il Giornale, de Milão.

A operação que levou à prisão do príncipe focaliza as atividades de um cassino no norte da Itália e envolve acusações de corrupção, tráfico de licenças de videopôquer usadas em cassinos, falso testemunho e conluio com prostituição.

De acordo com a imprensa italiana, os investigadores acreditam que Victor Emmanuel tinha contatos com clãs da Máfia e estava envolvido na busca de prostitutas para clientes do cassino em Campione d''Italia, um enclave italiano na margem do lago Lugano, perto da fronteira suíça.

O magistrado Iannuzzi Alberto disse a jornalistas no sul da Itália, no sábado, que decidiu assinar o mandado de prisão do príncipe e outros 12 homens devido a "evidências extremamente alarmantes".

Entre os detidos está um alto assessor do ministro das Relações Exteriores do governo do ex-premiê Silvio Berlusconi, que perdeu o poder numa eleição nacional em abril deste ano.

PALÁCIO PAPAL

Victor Emmanuel tinha 9 anos de idade em 1946, quando a última família real da Itália, a família Savoia, deixou o palácio Quirinale, em Roma, antiga residência de verão do papa e atual sede da presidência da Itália.

Até uma mudança nas leis permitir que voltasse ao país, ele passou boa parte de seu tempo percorrendo a Europa, muitas vezes na companhia de membros de outras famílias reais destronadas.

Em 1989 ele se envolveu em um incidente envolvendo disparos de tiros num veleiro ao largo da Córsega, no qual um alemão de 19 anos morreu. Após vários julgamentos, um tribunal parisiense o absolveu da acusação de homicídio culposo (não-intencional), em 1991.

Ele voltou a fazer manchetes em 1997, quando concedeu uma entrevista na qual se negou a pedir perdão pelas leis racistas anti-semitas assinadas por seu avô em 1938.

O rei Umberto 2o e o restante da família real foram para o exílio em 1946, quando a população italiana, em referendo, rejeitou a monarquia em favor do regime republicano. Umberto morreu em Portugal em 1983.

O referendo puniu a família real, primeiro por ter colaborado com o ditador fascista Benito Mussolini e depois por sua fuga vergonhosa de Roma, em 1944, para evitar o exército alemão invasor.

Até 2002 Victor Emmanuel viveu com sua família na Suíça, retornando à Itália pouco depois de o país ter revogado a lei que proibia os herdeiros ao trono do sexo masculino de ingressarem no país.

Uma das primeiras coisas que fez ao retornar foi ter uma audiência particular com o falecido papa João Paulo 2o, no Vaticano.

Horas antes de sua prisão, na sexta-feira, o príncipe doou um novo sino de prato a uma pequena igreja no norte da Itália.





Fonte: Terra

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