Volatilidade reduz interesse de estrangeiros por títulos brasileiros
"A volatilidade externa aumenta a aversão ao risco e diminui os volumes para mercados emergentes", disse Ronnie Tavares, coordenador-geral da dívida do Tesouro Nacional.
Segundo ele, entre fevereiro e março esses investidores compraram R$ 8,4 bilhões em papéis do Tesouro Nacional. O volume caiu para R$ 1,3 bilhão em abril e maio, uma queda de 84,5%.
As NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional - série B), que são papéis que pagam ao investidor a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mais uma taxa de juros fixa, foram os papéis mais comprados por estrangeiros. Eles adquiriram 42% do ofertado em fevereiro e março e 21% em abril e maio.
Apesar da queda, Tavares destacou que esses investidores preferem os papéis de prazo mais longo, o que é positivo para o Tesouro Nacional.
Dos papéis com vencimento acima de dez anos, os estrangeiros compraram 57% do vendido em fevereiro e março e 62% do ofertado nos dois meses seguintes. Já os papéis com vencimento em até três anos, despertaram pouco interesse, foram comprados por estrangeiros 7% do ofertado em fevereiro e março. Já nos dois meses seguintes, o interesse foi nulo.
Além disso, para o coordenador, é natural a queda dos volumes comprados por estrangeiros nas emissões do Tesouro Nacional. "Nas vésperas da MP já existia uma expectativa e isso gerou um volume represado. É natural que posteriormente os volumes sejam menos significativos."
Tavares lembrou ainda que o Tesouro não sabe o quanto está sendo negociado no mercado secundário, já que a isenção do IR também é válida nessas operações.
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