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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Sexta - 09 de Junho de 2006 às 08:09

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As famosas viroses e as doenças parasitárias levaram 7,8 mil adultos, crianças e adolescentes a procurarem o Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) de janeiro a abril de 2006. E a tendência, a partir de agora, é de que a procura aumente até os registros, principalmente os de viroses, atingindo o seu ápice em agosto. A avaliação é do clínico e cirurgião-geral que atende no HPSMC nas segundas e nas quintas-feiras, Washington Mansor.

O clínico explica que o diagnóstico de “virose” - aquele que causa irritação e provoca a descrença do paciente na capacidade médica - é feito porque os sintomas de, ao menos 10 doenças causadas por vírus, são muito similares nos primeiros dias. “Tudo que tiver febre, dor de cabeça, associado ou não a vômitos e diarréia, pode ser originado de doenças virais, a princípio”, disse.

Na lista dessas doenças estão a catapora, dengue, gripe, rubéola, hepatite, febre amarela e caxumba. Depois dos primeiros dois dias, o quadro de algumas dessas doenças ficam definidos e o diagnóstico clínico é possível. “Esse é o caso de uma catapora e de uma rubéola, que não precisa fazer exame laboratorial para identificar. Mas a dengue, por exemplo, só podemos ter certeza com exames laboratoriais depois de sete dias”, informa.

O médico explica que as doenças causadas por bactérias apresentam sintomas diversos das virais. E que apesar das viroses serem comuns, as pessoas não devem se preocupar tanto com elas. “Essas doenças têm início e fim definidos. Elas vêm e vão embora. E nelas o que tratamos são os sintomas, não a doença. O corpo sozinho se encarrega do combate”, informa. Uma proteína chamada interferon, produzida pelas células de defesa do corpo, é a responsável pelo bloqueio e combate aos vírus. Ela só não é produzida por doentes de Aids e de hepatite C.

Mansor ressalta que as doenças que devem causar preocupação na população são as secundárias, aquelas que surgem geralmente depois de uma virose. No grupo das secundárias estão as pneumonias, otites, infecções de garganta e meningite. “Essas doenças matam. Elas tomam conta do organismo quando ele está debilitado”. O clínico ainda lembra que pessoas com vida estressante, agitada, que não dormem direito, bebem, fumam e usam drogas, também tem grandes chances de desenvolver uma doença secundária.

Discom fornecia 22 medicamentos

Uma auditoria rápida na SES identificou que a Discom fornecia 22 medicamentos da lista dos dois mil fornecidos gratuitamente para 12 mil usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso. O secretário da SES, Augustinho Moro, disso não saber quantos usuários fazem uso desses 22 itens e avisou que nenhum deles vai faltar. “Temos falta de 28 itens usados para o tratamento de asma, hepatite C, esclerose e fibrose, entre outros. Mas nenhum deles era fornecido pela Discom”.

Moro informa que sua equipe já está providenciando a substituição da Discom pela empresa que ficou em segundo lugar na licitação.

Demitidos da SES tinham ‘padrinhos’

Os três funcionários que foram exonerados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) por fortes indícios de cometerem peculato, corrupção e formação de quadrilha chegaram aos suas funções por indicação política. Ao ser questionado sobre os autores das indicações, o secretário da SES, Augustinho Moro, disse desconhecer.

O secretário afirma que quando chegou à pasta já encontrou os três funcionários ali. “Eles só foram remanejados de setor recentemente. Sei que são indicações de políticos, mas não sei de quais”.

O coordenador de compras da farmácia de medicamentos de alto custo, Marcian José de Campos, confessou em depoimento que furtou remédios para tentar revendê-los, com auxílio de seu colega Rubens Mauro Ribeiro e de seu chefe Nelino Manoel de Toledo.

Os três foram exonerados na terça-feira (6), depois que esquema criminoso foi descoberto pela Delegacia Fazendária. Marcian ainda disse no interrogatório, que junto dos dois outros funcionários, cobrava propina da empresa Discom, para solicitar medicamentos sem necessidade. E depois, agilizar a liberação do pagamento para a Discom.

A delegada que preside o inquérito, Alana Cardoso, ouviu Toledo ontem sobre os crimes. Ele, porém, preferiu negar tudo. Toledo ocupava o cargo de superintendente da farmácia de alto custo e teria aderido ao esquema quando foi transferido para o local, onde trabalhou por 30 dias. Um inquérito foi aberto para apurar os crimes dos ex-funcionários da SES e ao final do procedimento, um outro será instaurado para investigar fraude em licitação, superfaturamento e sonegação de impostos por parte da Discom.

Escutas telefônicas de conversas entre Toledo e Marcian é uma das bases da investigação. Numa das gravações ambos estabelecem que passariam a cobrar de 10% a 15% do valor das vendas desnecessárias feitas pela Discom ao Estado. Outro dos diálogos gravados mostra que Marcian retirou sete caixas de um medicamento no valor de R$ 750, do Estado, para revender em farmácias pela metade do preço.





Fonte: Folha do Estado

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