Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Educação/Vestibular
Quinta - 01 de Junho de 2006 às 16:32
Por: Andréa Martins

    Imprimir


Depois de cinco anos de estudos, o professor da rede estadual de ensino, Edson Oliveira Santos, realizará um sonho. Ele se formará em Ciências Sociais. O aluno dedicado aguarda com euforia o momento da colação de grau, que acontecerá no dia 06 de Junho, no Hotel Fazenda Mato Grosso em Cuiabá.

“Será o dia mais feliz da minha vida, pois terei um diploma do Ensino Superior. Em breve estarei lecionando na minha aldeia Santana e buscarei, junto aos meus alunos, formar cidadãos que saibam lutar pelos seus direitos”, disse Kulewâra, nome indígena pelo qual é chamado.

Não é somente Edson, da etnia Bakairi, que está se formando em nível superior. Ele terá a companhia de outros 197 colegas também indíos de outras etnias de 11 Estados brasileiros. Este momento, único e pioneiro na América Latina, será possível graças ao projeto 3º Grau Indígena, desenvolvido pelo Governo de Mato Grosso.

O 3º Grau Indígena foi criado para ofertar aos professores indígenas uma educação específica e diferenciada. “Mato Grosso é o segundo Estado do país em etnias indígenas só perdendo para o Amazonas. São mais de 37 etnias, que possuem o direito e merecem receber uma educação que respeite suas tradições e costumes”, frisou a secretaria de Estado de Educação, Ana Carla Muniz.

Edson, que atualmente preside a Organização dos Professores Indígenas do Estado de Mato Grosso (OPRIMT), explica que a realização de um curso superior específico e diferenciado é uma reivindicação de todos os povos indígenas. “Foram anos de luta, o Governo nos atendeu com a criação do 3º Grau Indígena. Mato Grosso saiu na frente e serviu de exemplo a outros Estados”, destaca.

Agora, Kulewâra pretende voltar à sala de aula. “Lecionei durante 12 anos na aldeia Santana, a 140 Km de Nobres, e parei no ano de 2000. Quero repassar às futuras gerações os conhecimentos que adquiri durante a formação para que estejam preparados para enfrentar o mundo moderno. De nada adiantaria fazer um curso superior se não fosse para compartilhar os conhecimentos”, finalizou

3º Grau Indígena

Além da Seduc e da Unemat, o projeto tem a parceria da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Prefeitura Municipal de Barra do Bugres, da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) e do Ministério da Educação (Mec).

O projeto oferece os cursos de Ciências Matemática e da Natureza; Ciências Sociais e Línguas; Artes e Literatura no campus da Unemat do município de Barra do Bugres (168 km a Médio Norte de Cuiabá). A formação, com duração de cinco anos, aconteceu em etapas: 10 de estudos presenciais, 10 de estudos de Ensino e Pesquisa e Estágio Curricular Supervisionado, totalizando uma carga horária de 4.025h.

Da primeira turma de 200 professores, 180 são de Mato Grosso e 20 de outros Estados, como Acre, Alagoas, Amazonas, Rio Grande do Sul e Tocantins. Em MT foram contemplados docentes indígenas de 23 etnias, entre elas: Xavante, Bororo, Bakairu, Tapirapé, Karajá, Terena, Apiaká, Juruna, Kalapalo, Suyá e Munduruku.

Em outubro de 2005, teve início uma nova turma do projeto, onde foram beneficiados 100 professores indígenas. Eles irão concluir a formação em 2010. Para este ano, o governo já garantiu a abertura de 50 novas vagas.





Fonte: Da Assessoria

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/297468/visualizar/