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Nacional
Terça - 30 de Maio de 2006 às 09:36

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O caseiro Francenildo dos Santos Costa, que teve o sigilo bancário violado --supostamente a mando do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci--, voltou a ser alvo de investigações da Polícia Federal. Francenildo será convocado a prestar novo depoimento pelo delegado Rodrigo Carneiro Gomes.

O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso voltou a depor à PF ontem, em São Paulo. Segundo relato da PF, Mattoso pouco acrescentou às investigações. Ele voltou a assumir a responsabilidade pela extração de dados da conta poupança do caseiro no momento em que Palocci suspeitava que Francenildo havia sido pago pela oposição para testemunhar contra ele.

À CPI dos Bingos Francenildo confirmou declarações que havia feito a "O Estado de S. Paulo", segundo as quais Palocci era freqüentador assíduo da chamada "casa do lobby", onde Francenildo trabalhava.

Mattoso disse que pediu ao então assessor da presidência da estatal Ricardo Schumman a impressão de um segundo extrato, que deu origem à comunicação ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), alertando sobre indícios de movimentação atípica e lavagem de dinheiro.

O primeiro extrato foi entregue por Mattoso ao então ministro na noite de 16 de março, véspera do dia em que os dados do caseiro foram divulgados pelo blog da revista "Época".

O crime provocou a demissão de Palocci e Mattoso, além de um pedido de indenização à Caixa de R$ 17,5 milhões.

Prazo

O delegado Rodrigo Gomes tem até 15 de junho para concluir o inquérito. Depois de apresentar Palocci, Mattoso e o ex-assessor da Fazenda Marcelo Netto, respectivamente, como autor e co-autores do crime, o delegado pediu o processo de volta à Justiça Federal e mais um mês de prazo.

O delegado ainda não analisou o conteúdo da quebra do sigilo telefônico de Netto, que nega participação no vazamento dos dados, da mesma forma que seu ex-chefe e o ex-presidente da Caixa.

A assessoria da PF informou que o inquérito não pode deixar de investigar a origem do dinheiro --cerca de R$ 25 mil-- supostamente depositado na conta do caseiro por seu pai. Mas a prioridade, diz, é checar como o governo obteve informações de que Francenildo tinha conta na Caixa.

O inquérito também apura indícios de lavagem de dinheiro. A Folha não conseguiu localizar ontem o caseiro nem seu advogado.





Fonte: Folha Online

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