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Internacional
Sábado - 27 de Maio de 2006 às 11:00

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O Hamas rejeitou neste sábado um ultimato apresentado pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, para que aceitasse um plano envolvendo indiretamente o reconhecimento do Estado de Israel. Abbas surpreendeu o grupo militante islâmico, que venceu as eleições em janeiro e controla o Parlamento, ao dar apenas dez dias para que aceitasse o plano e começasse a negociar.

Um porta-voz do Hamas, Sami Abu-Zuhri, disse porém que o diálogo seria adiado. "Não há necessidade desta idéia de dez dias. Desde que estejamos falando sobre um diálogo, nenhuma data deve ser marcada."

Abbas diz que convocará um referendo dentro de 40 dias se o Hamas não aceitar o plano, que defende um Estado palestino ao lado de Israel caso os israelenses saiam dos territórios ocupados. O plano foi elaborado por líderes de diversos grupos palestinos que estão presos em Israel.

O Hamas, cujo estatuto prega a destruição de Israel, já rejeitou o plano. Sua recusa em abdicar da violência ou reconhecer Israel levou a um boicote financeiro internacional que ameaça levar a Autoridade Palestina à falência.

Yasser Abed Rabbo, um político próximo a Abbas, disse que o presidente convidaria o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, e outros líderes para discutir o plano no domingo. Rabbo acrescentou que Abbas possui autoridade para ordenar a dissolução do governo do Hamas.

O deputado do Hamas Mahmoud Ramahi disse que o grupo "não está recebendo nada da comunidade internacional em troca do reconhecimento de Israel."

A disputa de poder entre o Fatah, de Mahmoud Abbas, e o Hamas se intensificou nas últimas semanas, alimentando os temores de uma guerra civil.

A tensão continuava em Gaza neste sábado, quando dezenas de integrantes de uma milícia de 3 mil homens do Hamas voltaram às ruas. Abbas exige que a força paramilitar seja desmobilizada, mas seus homens armados se posicionaram em várias avenidas de comércio na Cidade de Gaza.

Youssef al-Zahar, um dos líderes da mílicia, disse que o grupo havia realizado uma "incursão limitada" respondendo a pedidos dos cidadãos.

Cerca de 400 homens armados do Fatah dispararam para o ar com seus fuzis em protestos contra a ação do Hamas e exigiram que seja aceito o plano de paz elaborado pelos prisioneiros.





Fonte: Reuters

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