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Politica Brasil
Quinta - 25 de Maio de 2006 às 13:49
Por: Paula de Bortoli

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A sessão da Câmara Municipal de Cuiabá desta quinta-feira (25.05) foi interrompida para a realização de uma reunião para discutir os problemas do transporte coletivo de Cuiabá. O principal tema foi a greve dos trabalhadores do sistema do transporte coletivo que começou no dia 15 de maio e se estendeu até o final da tarde de ontem.

Os questionamentos dos vereadores giraram em torno dos prejuízos que a greve trouxe a população e ao comércio em geral como afirmou na tribuna o vereador Luiz Poção (PSDB) relator da CPI do transporte Coletivo entregue ao prefeito em janeiro de 2005. Poção disse que os vereadores foram cobrados pelas lideranças das entidades do comércio de Cuiabá para que a greve terminasse, porque estava causando diminuição de receita.

Poção disse que há uma falta de responsabilidade das empresas do setor de transporte coletivo de Cuiabá com a sociedade, e que elas não estão cumprindo os contratos na prestação do serviço, já que as empresas que têm concessão pública do município, não repassaram o aumento de 9,6% concedidos no valor da tarifa que era de R$ 1,60 para R$ 1,85 para os salários dos motoristas e cobradores. Tarifa esta, disse o vereador Poção, que está com valor bem acima daquela pesquisada pela comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara que era de R$ 0,81.

O vereador Lúdio Cabral (PT) cobrou melhorias nas condições de trabalho para a categoria, e disse que a greve apesar de ser um direito do trabalhador já estava trazendo prejuízos para milhares de pessoas que precisam do transporte na Capital.

O secretário de Trânsito e Transporte do município, Oscar Soares, afirmou que está preocupado, não com a greve que segundo ele já acabou, mas com a pauta de reivindicações dos trabalhadores do setor que não foram atendidas. "Neste momento não vimos nenhum avanço para os trabalhadores já que quem vai decidir o reajuste de salário é a justiça do trabalho, redução da jornada de trabalho, plano de saúde e outras questões que trazem qualidade ao trabalhador deste setor não serão discutidas infelizmente", disse Oscar Soares.

O juiz do Tribunal Regional do Trabalho em exercício, João Carlos Ribeiro de Sousa, informou que a Justiça do Trabalho não é apática aos anseios da população que precisa de transporte, mas que a categoria dos motoristas e cobradores têm seus direitos. "Assim que a justiça do trabalho tiver o parecer do Procurador do Ministério Público vai julgar o dissídio coletivo o que deve acontecer nos próximos dias".

Ainda na pauta da reunião houve a cobrança do assessor jurídico dos trabalhadores do transporte coletivo de Cuiabá, João Batista dos Anjos, que ressaltou que os motoristas precisam urgentemente da redução da carga de trabalho para 06 horas por dia, já que muitos deles trabalham 16 horas por dia dobrando a carga horária, sem condições de fazer as refeições corretamente, mais de 30% estão em licença médica por estes exageros, sem falar as empresas não pagam plano de saúde.

Batista dos Anjos em entrevista afirmou que acredita que a justiça trabalhista vai ser condizente com a categoria se levar em consideração que as empresas já estão ganhando com o aumento da tarifa. Disse que o reajuste dos salários deve ser de pelo menos de 9,6% sobre o valor atual dos salários que é hoje de R$ 1,157 e R$ 700 para cobrador.

No final da reunião os vereadores deixaram claro que irão acompanhar os problemas do transporte coletivo de perto. Domingos Sávio encerrou dizendo que está decepcionado com decisões que não favorecem a população que precisa de um transporte mais barato e de qualidade.





Fonte: Da Assessoria

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