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Economia
Quarta - 24 de Maio de 2006 às 08:21
Por: Jonas Dantas

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Em um curto intervalo de tempo, os consumidores de Mato Grosso experimentaram duas sensações diferentes: a euforia causada pela redução dos preços de alguns produtos e o sabor amargo da alta repentina no valor das mercadorias nos supermercados. A variação em algumas delas chega a 30%.

Entre os reajustes médios que mais pesam no bolso das pessoas são do óleo (30%), da carne de boi (20%) e de frango (25%) e do leite (30%).

O óleo de soja de menor preço chegou a ser comercializado a R$ 1,45 no mercado cuiabano. Atualmente é vendido a R$ 1,89. Enquanto o governador Blairo Maggi e outros produtores rurais falam em queimar milho na lavoura em função da baixa cotação do grão no mercado, o óleo de milho é um dos mais caros nos supermercados de Cuiabá, cerca de R$ 4,49. Maior que o de girassol R$ 3,29.

O quilo dos cortes bovinos mais consumidos pela classe média nos supermercados estão sendo vendidos a R$ 7,99 (coxão mole), R$ 6,99 (duro custa) e R$ 7,49 (patinho).

Os consumidores compravam a R$ 5,99 o coxão mole, R$ 5,45 o coxão duro e R$ 5,55 o patinho, há um mês.

A carne de frango assustou as pessoas. De uma queda de quase 30%, esse item passou de cerca de R$ 5,75 kg do filé para R$ 7,99 kg.

Já o litro do leite chegou a ser vendido a R$ 1,30 e está fixado em R$ 1,69.

Os motivos para a elevação na tabela de preço desses artigos variam, afirma o presidente da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altair Magalhães.

Porém, há um fator comum de forte influência nesse comportamento inflacionário dos produtos: os bloqueios nas rodovias de Mato Grosso e nas fábricas em alguns Estados fornecedores como Paraná e Mato Grosso do Sul.

“Os supermercados de Cuiabá são abastecidos por indústrias de óleo em Rondonópolis e algumas de outras regiões do país. As interdições prejudicaram o fornecimento. Como também ocorreu com a entrega de cargas de carnes e leite”, observou Magalhães.

No Estado onde mais se produz carne no Brasil, como explicar o preço alto desse produto, considerando que a arroba do boi vem acumulando queda?.

Altair Magalhães afirma que a culpa é das exportações.

“Recentemente, a Rússia abriu as exportações da carne in natura do Rio Grande do Sul, isso tem impacto direto no mercado interno porque reduz aqui a oferta da carne. Com pouca oferta a tendência é de aumentar o preço”, argumentou o líder supermercadista.

Segundo Magalhães, o preço pode sofrer mais pressão para cima dependendo do comportamento do dólar.

“A carne é uma commodity, se o dólar fica mais caro, a tendência é ter impacto no preço da carne também em real”, disse.

Em relação ao leite, a justificativa é a entressafra. Ou seja, começou o período de escassez de chuvas e a alimentação do animal precisa de suplemento, que encarece a produção.

Consumidor sente a alta dos preços

A empresária Sônia Meira, de 32 anos, afirma estar assustada com a variação constante dos preços no último mês.

Segundo ela, a cada compra feita nos supermercados é um susto e um peso na renda familiar.

“Não sei como o trabalhador que ganha um salário mínimo consegue sobreviver. Eu comprei algumas coisas básicas para família e tive de gastar aproximadamente R$ 200”, disse a empresária.

Sônia afirma não entender como no Estado onde produz em abundância soja, carnes, milho e leite o preço da alimentação é tão alto.

“A gente vê produtores reclamando que o preço da arroba do boi é o mais baixo dos últimos 20 anos, os produtores de soja reclamando dos preços baixos dessa mercadoria, mas o consumidor continua pagando muito caro pelos produtos. Isso é ilógico”, frisou.

Segundo ela, a manifestação dos produtores, agora, é mais uma desculpa para majorar os preços e corroer a renda do consumidor.





Fonte: Folha do Estado

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