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Politica Brasil
Terça - 23 de Maio de 2006 às 07:34

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A terça-feira promete ser mais um dia de transtorno para os usuários do transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande. Em greve desde o dia 15 de maio, motoristas e cobradores reivindicam melhorias nas condições de trabalho e reajuste de salário.

Ontem a categoria realizou uma passeata do centro até o monumento Ulisses Guimarães, na Capital. A Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), que representa as empresas, divulgou nota informando que a segunda-feira foi o dia mais violento da greve. A entidade contabilizou 42 pneus furados em veículos nas duas cidades.

“É preciso que a sociedade saiba do descaso por que passa o trabalhador do transporte coletivo. Hoje 30% estão afastados por causa de doenças ocupacionais”, disse o presidente o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres (Stett), Ledevino Conceição.

O trânsito ficou lento durante o protesto. Policiais militares e guardas municipais orientavam os motoristas. Em determinado momento, houve princípio de confusão entre PMs e grevistas. Além disso, vários ônibus tiveram os pneus esvaziados ou furados. “A orientação do sindicato é para que não furem nada”, garantiu o presidente do sindicato. Segundo a MTU, os grevistas furaram pneus de 11 ônibus da Norte Sul, 10 da Nova Cuiabá e Pantanal Transportes, seis da Age, nove da Princesa do Sol e seis da Garça Branca.

Segundo Ledevino Conceição, de um total de 3.500 trabalhadores do sistema, 836 estão afastados devido a problemas na coluna, de audição, pressão alta, entre outras doenças. “Às vezes, as pessoas pegam um ônibus e não sabem que o trabalhador pode passar mal e acontecer um grave acidente. Tem muitos ônibus rodando com número de 98”, disse, referindo-se ao ano de fabricação de alguns veículos.

Além da precariedade dos veículos, motoristas e cobradores também reclamam das péssimas condições a que são submetidos nos pontos finais. “Uma perícia feita em uma amostra da água ingerida pelos trabalhadores mostrou que estava com elevado índice de coliformes fecais”,

Quem precisou ontem do transporte coletivo também reclamava. “Eles têm direito de reivindicar, mas não de prejudicar a gente. Hoje quase não há ônibus circulando”, disse o analista de sistema Pedro Paulo dos Santos, 32 anos, que aguardava no ponto cerca de 30 minutos. Uma liminar da Justiça do Trabalho determinou a manutenção da frota mínima de 60% nos horários de pico e 30% nos demais períodos.

Perueiros também aproveitaram para lucrar. A passagem estava sendo cobrada no valor de R$ 2. “Estamos cobrando este preço por causa da gasolina, que está muito cara”, disse Douglas Sávio, que estava transportando passageiros em uma Kombi até o grande CPA.

Os trabalhadores reivindicam a redução da jornada de trabalho de 7h20 para 6 horas diárias, proibição de horas extras, pagamento do adicional de insalubridade de 30% sobre o salário, plano de saúde sem ônus para o empregado, manutenção dos direitos já conquistados e reajuste de 15%. Atualmente, o salário de um motorista é de R$ 1.037. Já o cobrador ganha R$ 750.

No final da tarde, motoristas e cobradores realizaram nova assembléia. No entanto, o fim da greve só acontece depois do julgamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).





Fonte: Diário de Cuiabá

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