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Economia
Sexta - 19 de Maio de 2006 às 17:10

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A dificuldade pela qual passa o agronegócio está finalmente na agenda do Governo Federal e a mobilização a Brasília, nesta semana, foi fundamental para chegar a esse objetivo. A constatação foi feita pelo governador Blairo Maggi nesta sexta-feira (19.05), durante visita à Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

Este convencimento transmitido para o poder central, detectado pelos governadores após a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (16.05), deve-se à liderança do governador mato-grossense junto ao agronegócio. O Governo de Mato Grosso e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) organizaram o encontro com a presença de oito governadores.

O governador foi recebido em Ribeirão Preto pelo secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, José Roberto Macedo e pelo presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Francisco Matturro. Ela é uma das 21 câmaras da organização. Maggi justificou que líderes do setor e ele próprio buscam “solução para a crise pela qual passa Mato Grosso e os Estados do agronegócio”.

Um resultado da bem-sucedida ação de governadores dos Estados do agronegócio e líderes do setor junto ao Palácio do Planalto é a inclusão do economista Paulo Rabello de Castro na comissão do Ministério da Fazenda responsável pela elaboração das medidas a serem anunciadas na próxima quinta-feira (25.05), em benefício ao agronegócio, junto com Plano de Safra 2006/2007.

Outra indicação de preocupação de fato do Governo Federal com a dificuldade do setor é a publicação de estudo pela Petrobras, conforme divulgou nesta sexta-feira o jornal “O Globo”, para adição de 10% de óleo de soja no petróleo bruto, antes do processamento na refinaria. Sobre a atitude do governo, Maggi demonstrou otimismo.

“Essa adição é uma oportunidade para o setor. O Brasil tem que abrir o olho para a importância do agronegócio. Nos Estados Unidos, a agropecuária representa 50% da economia e, no Brasil, ela representa 40%”, comparou sobre o impacto da atividade sobre a formação da riqueza nacional. “Essa medida é um fator competitivo que favorece o setor”, afirma. O presidente Lula havia antecipado na quinta-feira, em telefonema, a iniciativa ao governador.

Outro exemplo do eco produzido pelas reivindicações dos governadores e produtores rurais junto ao presidente Lula é o fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter informado nesta sexta-feira, via imprensa, que o real de fato está sobrevalorizado. Maggi defendeu em Ribeirão Preto a redução de taxas de juros, que beneficiam somente bancos, e regras para controle de capital especulativo, que não contribuem para atividade produtiva.



O governador de Mato Grosso, na reunião com o presidente, enfatizou o câmbio flutuante, que fez o real se valorizar em 45% perante o dólar desde o início do Governo Lula. Maggi disse que os preços nacionais e internacionais estão estabilizados e que isso mostra o “câmbio como grande vilão”.

As reivindicações dos Estados do agronegócio devem contemplar ações do Governo Federal para renegociação de dívidas, abertura de créditos novos para a agropecuária e mexida na composição de custos de produção. Somente assim, assinalou Maggi, o Brasil não corre o risco de reduzir em 30% sua área de plantio na próxima safra. “A economia do Brasil e a situação do agronegócio podem se agravar em 2007 se medidas reivindicadas não forem tomadas pelo governo”, diz Maggi.

Impacto social

Maggi voltou a expor em Brasília o conceito de que a perda de renda do agronegócio não é uma questão de economias centradas nessa atividade, como os Estados do Centro-Oeste e Sul do Brasil, mas de todo o país, porque já começa a influir no desemprego nas cidades e na queda de arrecadação dos Estados.

“Todo o setor do agronegócio fez essa mobilização para convencer o governo sobre perda de empregos e outros impactos sociais”, admitiu Maggi. Segundo o governador, mesmo com a presença de líderes do setor, como os ministros do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e de Agricultura, Roberto Rodrigues, no Governo Federal, quem determina o rumo da macropolítica econômica são os ministérios da Fazenda e Planejamento.

“A crise não é mais de Mato Grosso, mas de todos os Estados produtores do Brasil”, diz. “Com exceção de São Paulo, que vive da cana, da laranja e do café, todos os demais Estados estão sentindo a crise que se arrasta há dois anos”, disse.

O governador percorreu nesta sexta-feira os principais expositores e fabricantes de máquinas e equipamentos e de todos ouviu a redução em torno de 20% no volume de vendas. A feira está praticamente só com visitação, sem comercialização de produtos.

Acompanharam o governador na visita à Agrishow Ribeirão Preto, o prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti; o secretário de Comunicação Social de Mato Grosso, José Carlos Dias; o presidente da Fundação MT, Hugo Ribeiro; o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Rui Prado; o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Centro-Oeste do Brasil (Coabra), Eraí Maggi; e o presidente da (Acrimat), Jorge Pires de Miranda.





Fonte: Da Assessoria

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