Corregedoria vai investigar Serys

A Corregedoria do Senado investigará a senadora Serys Marly (PT) por suposta ligação com a máfia que superfaturava preço de ambulâncias compradas com recursos do Ministério da Saúde. Pré-candidata ao governo do Estado, a petista foi citada em documentos da Planam Veículos Especiais como autora de emendas parlamentares de interesse da empresa e que viabilizariam a aquisição dos automóveis.

A informação de que Serys será investigada partiu do corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP). Além da parlamentar mato-grossense, o líder do PMDB na Casa, Ney Suassuna (PB), também deverá ser algo de investigação por ter o nome citado na Operação Sanguessuga.

Poucas horas depois da imprensa nacional divulgar a investigação da Corregedoria, Serys concedeu coletiva em Cuiabá para negar novamente qualquer ligação com o esquema. Acompanhada de parte da direção estadual do PT, ela revelou que já entrou em contato com Romeu Tuma para se colocar à disposição da Corregedoria.

"Não conheço e nunca conheci os prefeitos e nem as pessoas dessa empresa. A minha responsabilidade cessa ao apresentar a emenda no Senado", afirmou Serys, ao cobrar que o Congresso investigue o caso. Em coletiva no seu escritório, a senadora fez questão de frisar que não aparece no livro-caixa da empresa Planam sob a rubrica "contas a pagar".

A pré-candidata também reclamou da cobertura de grande parte da imprensa mato-grossense, alegando ter sido alvo de perseguição política. "Faço um desafio aos meus contendores: vamos fazer uma disputa baseada em projetos".

Sobre os recursos que destinou a programas do Ministério da Saúde, Serys negou ter qualquer participação em irregularidades. As emendas que seriam de interesse da empresa foram apresentadas ainda no ano de 2004. Uma no valor de R$ 80 mil foi destinada à construção de um posto do Programa Saúde da Família (PSF) no município de Campo Novo do Parecis. A outra, de R$ 104 mil, foi destinada à compra de ambulância em Canabrava do Norte.