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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Sábado - 13 de Maio de 2006 às 01:00
Por: Elaine Perassoli

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Apesar de ser pequeno o risco da influenza aviária chegar ao Brasil, toda a cadeia produtiva brasileira está em alerta.

A principal preocupação é com o impacto econômico. As exportações serão imediatamente suspensas com a informação do primeiro caso da doença no país.

Com isso, os 2.8 milhões de toneladas de carne de aves exportados terão que ser colocados no mercado interno.

"Não podemos esquecer que o consumo pode cair até 30% em função do receio da população de consumir o produto.

Isso sem falar no prejuízo de US$ 3,5 bilhões que deixam fomentar a economia", enfatiza o vice-presidente da União Brasileira de Avicultura (Uba), Ariel Mendes.

A produção brasileira de carne de aves é de nove milhões de toneladas.

A avicultura gera no Brasil, atualmente, cerca de quatro milhões de empregos. Além das grandes empresas que produzem carne, a atividade tem um cunho social muito importante.

Muitas regiões brasileiras têm a avicultura doméstica como a base da economia.

"A chegada da doença pode deixar todos estes pequenos produtores sem atividade e isso seria catastrófico, por isso é que temos que ser rigorosos nas prevenções", salienta. Além do impacto econômico, há também o social, os temores da saúde pública, a mudança de rotina e o desemprego.

A identificação de apenas um caso pode gerar a falência de dezenas de pequenas e médias empresas e deixar centenas de produtores sem atividade e, principalmente, sem renda.

"No início deste ano tivemos um pequeno exemplo do que pode acontecer.

Com a suspensão da exportação de 70 mil toneladas, os supermercados fizeram promoção e venderam o quilo de carne de frango a R$ 0,80.

Isso sem falar no receio das pessoas de consumir carne de frango".

Governos e iniciativa privada estão unidos e trabalhando para orientar produtores e sociedade sobre as medidas que devem ser tomadas no caso de surto da doença. A principal preocupação no resto do mundo é que a gripe aviária atinja os humanos e cause a morte de milhões de pessoas. Na opinião do vice-presidente, a prevenção só pode ser feita por meio de severas medidas de bioseguridade. "Temos que ter uma atenção especial com as aves silvestres, migratórias e, principalmente, as de fundo de quintal. Além disso, também é preciso controlar o fluxo de pessoas e produtos de origem avícola", alerta. Como prevenção, as granjas suspenderam todas as visitas. A exceção é para as missões estrangeiras.

Como o Brasil é um país exportador e recebe estes grupos regularmente, os visitantes têm que ficar em isolamento por um período de três até sete dias para depois poder visitar as instalações da granja.

"Estes cuidados são necessários, temos que evitar a entrada do vírus a todo custo", enfatiza.

Mesmo com o risco pequeno, o trabalho de preparação da estrutura do país para a defesa da gripe aviária é intenso. A orientação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é que os produtores informem o diagnóstico precoce de qualquer tipo de sintoma diferente nas aves, evitem o trânsito de aves caipiras, de galos de briga e de equipamentos de manejo das granjas. De acordo com Mendes, o contrabando de aves é a maior ameaça à segurança sanitária.

RISCO - A gripe aviária já contaminou 200 pessoas em todo o mundo. Destas, 113 morreram vítimas da doença.

Segundo o vice-presidente da Uba, o risco aumenta para o Brasil caso seja registrado o vírus chegue aos Estados Unidos, já que as aves do hemisfério norte migram para o sul do Brasil, levando apenas sete dias para fazer esta rota.

Possibilidade do vírus entrar no Brasil: - Importação do material genético - Por meio das pessoas, veículos e equipamentos contaminados.

- Contêineres contaminados. A União Brasileira da Avicultura (Uba) está investindo na elaboração de programa de desinfecção destes compartimentos.

- Produtos agrícolas.

- Aves migratórias.

- Controle no transporte de ovos e aves.

- Bioterrorismo.

Os EUA têm trabalhado muito com esta possibilidade.

Ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): - Aumento no rigor das importações.

- Aumento no rigor das importações das aves ornamentais.

Modernização dos laboratórios de diagnósticos.

O investimento do governo federal investiu em 2005 R$ 37 milhões e em 2006 já foram liberados cerca de R$ 34 milhões.

- Elaborou um programa de monitoração sorológica de plantel comercial composto por quatro fases, sendo que duas já foram implantadas.

- Monitoramento de aves migratórias em pelo menos 10 Estados brasileiros. - Georeferenciamento de granjas, já concluída em vários Estados. - Elaboração do Plano de Contingência. Mostra o que fazer e quando fazer no caso da doença chegar ao Brasil. O Plano está publicado no site do Mapa (www.agricultura.gov.br) para consulta.



- O Mapa também está trabalhando na elaboração de Planos Acessórios. O objetivo é prever soluções para as pessoas, produtores e empresas que podem ser atingidos se houver um surto de influenza aviária no país.

- Plano de prevenção.

A próxima reunião acontece na semana que vem em Recife (PE). Já existe interesse de adesão de vários Estados.

- Mapa está elaborando cartilhas e manuais e vai disponibilizar um serviço (0800) de informação.

O setor privado já gastou muito dinheiro e tomou várias providências: - Tela proteção para evitar a entrada de passarinhos nas granjas.

- Está treinando mão-de-obra.v - Investindo no tratamento da água utilizada na granja e, principalmente, a que abastece os bebedouros.

- Proibição de visitas, planos de quarentena e isolamento de três e sete dias para os estrangeiros.

- Realização de simulações.

- Grandes e até mesmo as médias empresas da cadeia produtiva têm planos contingentes.

- Empresas estão investindo no processamento de produtos cozidos.





Fonte: Da Assessoria

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