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Economia
Quinta - 11 de Maio de 2006 às 08:06
Por: Bruno Garcia

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Revoltados por serem impedidos de seguir caminho, os caminhoneiros barrados pelos manifestantes do movimento Grito do Ipiranga decidiram bloquear totalmente a BR-163 em Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá) no início da noite de ontem. Os caminhoneiros afirmam que só liberarão o tráfego na rodovia quando tiverem passagem livre pelo bloqueio.

Impedidos de trabalhar, muitos alegam estar passando fome e declararam ser contrários à ação do movimento. “Se não podemos passar, então ninguém passará”, alerta o caminhoneiro, Hozani dos Santos.

Mais de 50 caminhões iniciaram o bloqueio na rodovia, mas esse número deve aumentar no decorrer das horas, pois os caminhoneiros iriam convocar todos os companheiros para deixarem os pátios dos postos de combustíveis e aderir ao trancamento da BR.

“Estamos convocando pelo rádio para que todos os companheiros venham ajudar a fechar a rodovia, além daqueles que já estão nesse trecho”, explica Santos.

O bloqueio foi montado com caminhões atravessados e enfileirados na pista, nos acostamentos e nas vias laterais à BR, impedindo a passagem dos carros.

Até mesmo um trator foi utilizado para amontoar terra com a finalidade de impedir a passagem dos veículos menores, mas o tratorista apenas falou que se tratava de um caminhoneiro que tinha um trator e veio ajudar o bloqueio.

Em contrapartida, os líderes do movimento dos agricultores se isentaram da decisão dos caminhoneiros e reafirmaram que o bloqueio continuará até que haja uma resposta do governo Federal.

“Não estamos realizando o bloqueio total, nem apoiamos essa decisão, mas a liberação deles (caminhoneiros) não acontecerá até sexta-feira”, garante um dos líderes do protesto, o presidente do Sindicato Rural de Feliz Natal, Sérgio Barbieri.

Ele ainda declarou que em Sinop não acontecerá o furo do bloqueio, como aconteceu ontem em Rondonópolis (região Sul do Estado), onde os

caminhoneiros usaram a força para prosseguir viagem. “Os manifestantes de Rondonópolis foram pegos de surpresa e isso não acontecerá aqui (Sinop), pois estamos preparados”, afirma Barbieri. Ao ser questionado sobre esse preparo, o manifestante desconversou, mas depois disse que “temos tratores bloqueando as passagens”, são cerca de “uma dúzia de máquinas”.

Para amenizar a situação, os agricultores liberaram a passagem dos veículos de passeio, ônibus e ambulâncias por um desvio. Neste atalho os condutores percorrem oito quilômetros a mais para chegar à cidade, porém os caminhoneiros deverão bloquear essa via nas próximas horas.

“Enquanto os caminhoneiros não bloquearem esse atalho, iremos conduzir os veículos que estão liberados para trafegarem por esse caminho alternativo”, insiste Barbieri. O trânsito dos ônibus deve fluir com baldeação nos bloqueios, a situação é mais complicada com os veículos particulares, ambulâncias e as próprias carretas.

PREJUÍZOS -– Pelas estimativas dos caminhoneiros, por cada dia parado eles deixam de movimentar algo em torno de R$ 2 mil por carreta. “Não podemos ficar parados! Estamos sendo impedidos de trabalhar, e como iremos pagar as nossas dívidas, quitar nossos caminhões? Tem gente passando fome já, sem dinheiro para comer”, diz um dos caminhoneiros, que se identificou somente pelo apelido, “Chumbo”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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