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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 10 de Maio de 2006 às 17:53
Por: Rosi Medeiros

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É importante que os pecuaristas brasileiros se ajustem rapidamente a normas técnicas internacionais, como a rastreabilidade e certificação da carne bovina, para conquistar maior espaço no mercado internacional. Este foi o alerta dado por consultores no mini-curso Rastreabilidade e Certificação na Pecuária Bovina, realizado nesta quarta-feira (10) como parte da programação do XXXIII Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária (Conbravet). O evento é realizado paralelamente ao Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

“O Brasil só tem acesso a 40% do mercado mundial de consumo de carnes. E o maior entrave é conseguir a padronização exigida, uma garantia ao consumidor da qualidade do produto”, afirmou o gerente de auditoria da CertBeef, Wander Dias, que ministrou o curso. A empresa atua na certificação de bovinos, com sede em Marília (SP).

Entre os 60% que o país deixa de atingir estão importantes mercados consumidores, como os Estados Unidos, Japão, Taiwan, Austrália, Canadá e Coréia do Sul. “Não alcançamos estes mercados também por causa dos registros de febre aftosa, já que estes países não aceitam a regionalização para certificação”, explicou.

No mini-curso foi esclarecida a diferença de conceitos de certificação, que é o processo feito por organismos que atestam se o produto atende a determinada norma internacional, e rastreabilidade, sistema que possibilita o conhecimento do histórico do produto. No caso da carne bovina, a rastreabilidade possibilita informações que compreendem desde a origem do animal, manejo e todo o desenvolvimento dele, registros de doenças, até o destino final – a gôndola do supermercado.

De acordo com o auditor, as formas de certificação e rastreabilidade exigidas pelos principais países consumidores atendem a demandas deles quanto à segurança dos alimentos e à garantia de qualidade. “Tem justamente a função de garantir ao consumidor que aquele alimento é saudável”, explicou.

No Brasil, a rastreabilidade atinge somente 20% do rebanho bovino, que são os animais cuja carne é utilizada para exportação. “Para os governos, a rastreabilidade é um meio eficiente para localizar os focos de problemas (em casos de surgimento de doenças, por exemplo)”, defendeu.

Dias fez questão de esclarecer no curso que a rastreabilidade não é uma barreira técnica -maneiras utilizadas por países para restringir as importações de determinado produto. “A rastreabilidade faz parte de um regulamento técnico estipulado pelo país importador, mas criado de acordo com as normas internacionais”, explicou. Como norma técnica, está dentro de critérios que estipulam objetivos legítimos, como a preservação da saúde humana, animal e vegetal, a segurança nacional e outros.

Interesse

Além de produtores rurais, estudantes de agronomia e de medicina veterinária o mini-curso também atraiu pessoas de outras áreas de formação, como o caso da contadora Silvia Pessoa Archanjo, que trabalha no Fundo de Apoio a Bovinocultura (Fabov). “Acho importante também ter o conhecimento técnico da área para dar uma assistência melhor”, disse.

O estudante de medicina veterinária Fabrício da Silva Melo, 25, veio de Fernandópolis (SP) com quatro colegas de curso da Unicastelo. “Muito interessante esta questão da rastreabilidade, principalmente como um instrumento de localizar a origem de um problema, como as doenças”, comentou.

“São importantes estas informações técnicas e como se dá a questão prática da certificação e da rastreabilidade”, observou o acadêmico de Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Henrique Jatobá, 62 anos. O produtor rural de Lucas do Rio Verde, Cláudio Sonego, apesar de ainda não trabalhar com pecuária veio em busca de mais conhecimento. “Podemos no futuro investir no setor, já que nossa intenção é diversificar a atividade”, informou.





Fonte: Da Assessoria

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