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Economia
Terça - 09 de Maio de 2006 às 17:45

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A pecuária passa por uma situação delicada, mas de acordo com o consultor Jean Yves Carfantan, o Brasil é o único país que pode exportar a carne. “A Argentina e os Estados Unidos estão fora do jogo e a Austrália e o Canadá não têm condições de aumentar as vendas. Sendo assim, o Brasil precisa investir na abertura de novos mercados antes que apareçam outros concorrentes”, avisa.

O consultor destaca que o mercado europeu é uma excelente opção. Segundo ele, é o que melhor remunera e por isso é importante estabelecer parcerias e trabalhar para melhorar a imagem do produto brasileiro. Carfantan ressalta que enquanto a Rússia paga US$ 2 mil por tonelada, a Europa chega a US$ 2,8 mil. Segundo ele, também é o único mercado que valoriza o boi inteiro. Os outros preferem apenas o dianteiro, que tem cortes menos nobres e mais baratos. “Assim os pecuaristas brasileiros terão que produzir bois com duas cabeças e apenas um traseiro”, brinca.

O consultor explica que a Europa compra boi inteiro porque no período entre maio e outubro há um aumento de cerca de 25% no consumo de carnes grelhadas, que são feitas com cortes nobres. “A Europa já não tem produção para atender esta demanda que aumenta a cada ano, sendo assim, o Brasil pode investir nesta área”.

Mas antes disso é preciso fazer um amplo trabalho para mudar a imagem da carne brasileira na Europa. Carfantan conta que os pecuaristas ingleses fizeram uma campanha e montaram estande na frente da empresa que mais vende o produto para divulgar que aqueles que consumissem carne brasileira estariam contribuindo com o desmatamento da Amazônia e com o trabalho escravo. “Isso comprometeu a imagem e a expansão do mercado”, conta.

Para minimizar e melhorar essa imagem, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) convidou um grupo de empresários europeus para conhecer a produção de carne no Brasil. “Para ampliar o mercado é preciso mostrar o que está sendo feito e como a carne é produzida. É preciso mostrar que o país tem legislação ambiental e as fazendas produtoras têm certificação”, diz.

Carfantan acredita que este é o momento dos frigoríficos montarem uma representação na Europa para fazer o marketing do produto e estabelecer as alianças mercadológicas. “Atualmente, a carne brasileira aparece muito discretamente no mercado, ela é utilizada pelas indústria para a produção de embutidos ou pelos grandes hotéis ou cantinas”.

O consultor diz que a saída para a situação delicada enfrentada pelo setor é a ampliação das exportações. Segundo ele, o Brasil tem espaço para crescer, é o único que pode ampliar as exportações, mas para isso precisa estabelecer uma relação de confiança com os consumidores europeus, divulgar as condições de produção e investir na conquista de novos mercados.





Fonte: 24Horas News

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