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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sexta - 05 de Maio de 2006 às 15:55
Por: Nelson Francisco

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São José do Rio Claro, MT - O secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, propôs nesta sexta-feira (05.05), em São José do Rio Claro (315 km a Médio-Norte de Cuiabá), a criação, em todas as regiões do Estado, dos chamados projetos âncoras, que consistem na implantação de indústrias que adquiram matéria-prima dos pequenos produtores.

Em Sinop e Água Boa o Estado já apóia esta iniciativa tocada pela indústria Carpello e a Agroindustrial Luana SA, respectivamnete. São parceiros do projeto instituições como Banco do Brasil e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), informou o secretário em encontro com prefeitos e secretários de agricultura dos 13 Municípios do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Sócioambiental da Bacia do Alto Paraguai.

A proposta do Governo, além de estimular o desenvolvimento regional e gerar mais emprego e renda, fixa o homem no campo com a garantia de produção e comercialização. “Temos que ter nas regiões projetos âncoras que tenham começo, meio e fim”, disse o secretário citando como exemplo a indústria Barralcool, de Barra do Bugres, que passará a produzir biodiesel, a partir do pinhão manso. A oleaginosa será produzida por pequenos produtores dos Municípios que integram o consórcio. “Temos que criar cadeias produtivas para reter divisas, capital. Por isso temos que identificar as indústrias âncoras para fazer esse ‘apoiamento’”, afirmou Vettorato.

As alternativas econômicas de produção, disse o secretário, variam com projetos que vão desde a produção de madeira – por meio de reflorestamento -, como a produção de biodiesel. “Se substituirmos o óleo diesel por biocombustível, cálculo que teríamos R$ 2 bilhões por ano circulando na economia”, prevê Vettorato. Atualmente, o Estado de Mato Grosso consome por ano 2,7 bilhões com combustível por ano. Desse total, 2 bilhões são gastos somente na atividade agrícola.

Na reunião com os prefeitos, o secretário estimulou a produção de madeira por meio de projetos de reflorestamento. “Criação de florestas é uma grande alternativa econômica no momento”, disse o secretário, esclarecendo, no entanto, que os projetos têm que ter assistência técnica e amplo levantamento dos custos de implantação.

Dados divulgados pela Associação de Reflorestadores do Estado de Mato Grosso (Arefloresta-MT) apontam que o Estado dispõe apenas de 100 mil hectares de área cultivada com eucalipto (50%) e teca (50%) em projetos de reflorestamento. Há disponibilidade de explorar uma área equivalente a 5 milhões de hectares em solo arenoso com altitude de 500 metros.

Vettorato proferiu palestra sobre o programa MT Floresta, ocasião em que reafirmou o compromisso do Governo com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. “Esse é o modelo ideal de gestão para se trabalhar”, afirmou.

Presente no encontro, o superintendente regional do Banco do Brasil, Renato Barbosa, afirmou que a instituição bancária irá fortalecer a parceria com o Governo do Estado e as Prefeituras na execução de projetos de desenvolvimento econômico. Barbosa informou que o banco investiu em Mato Grosso mais de R$ 5 bilhões em vários setores da economia. Só com a agricultura familiar já foram investidos R$ 740 milhões. “Vamos estar juntos para fortalecer a articulação com os prefeitos e para isso não vamos medir esforços”, disse ele, citando o programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil.

Os prefeitos elogiaram as propostas do Governo do Estado e a parceria com o Banco do Brasil, que dentro do programa MT Regional, criou os consórcios. “Não podemos ficar lamentando as dificuldades. Temos que buscar alternativas com cadeias produtivas para criar renda e fluxo na economia dos Municípios”, disse o prefeito de São José do Rio Claro, Massao Paulo Watanabe.

Na opinião do presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Sócioambiental da Bacia do Alto Paraguai e prefeito de Denise, Israel Antunes, a união dos prefeitos foi a saída encontrada para desenvolver cadeias produtivas e gerar empregos e renda. “A nossa organização dos consórcios é de fundamental importância. Precisamos fortalecer a idéia inicial dos consórcios: fortalecer as cadeias produtivas e os arranjos locais. Eu tenho certeza de que quando conseguirmos produzir, industrializar e vender, nós vamos ficar menos vulnerável”, comentou Antunes.

A diversificação de culturas também foi defendida pelo presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), Aréssio Paquer, como uma alternativa para superar a crise do agronegócio que afeta o País, especialmente Mato Grosso.

Durante o encontro, foram proferidas palestras sobre a cultura do pinhão manso na agricultura familiar. O assunto foi abordado pelo diretor administrativo da Ecológica Mato Grosso (Ecomat), Sílvio Rangel. A produção de abacaxi também foi outra palestra proferida pelo coordenador da cadeia produtiva no consórcio, Hélio Kirst, da Empaer de Tangará da Serra. Já o engenheiro agrônomo Vander José de Freitas falou sobre o controle biológico da seringueira através da pulverização das pastagens com o fungo metarrizo.

Estiveram presentes ao encontro agricultores, prefeitos e secretários de agricultura de Diamantino, Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis, Denise, Santo Afonso, Nova Marilândia, Barra do Bugres, Porto Estrela, Nova Olímpia, Tangará da Serra, São José do Rio Claro e Campo Novo dos Parecis.





Fonte: Da Assessoria

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