Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 03 de Maio de 2006 às 09:21

    Imprimir


Se depender do não-cumprimento da liminar concedida na semana passada pelo juiz federal Julier Sebastião da Silva, que ordena a liberação total da BR 163, o movimento Grito do Ipiranga está garantido por mais algumas semanas. Isso só foi possível depois que uma comissão sensibilizou o juiz sobre a importância do manifesto. O encontro de ontem reuniu cinco prefeitos, um deputado estadual, presidentes de sindicatos rurais do Nortão e alguns representantes do protesto.

Ontem, o manifesto completou 16 dias após os primeiros protestos em Ipiranga do Norte (162 quilômetros de Sinop); há nove eclodiram pelo Estado e já são realizados em 27 cidades.

Na próxima semana, o magistrado pretende realizar uma reunião de conciliação entre produtores rurais e governo Federal, em Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá). Os mobilizados ainda conquistaram adesão da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) ao movimento. Eles pretendem hoje, em reunião com Blairo Maggi, às 16h, cobrar maior empenho do governador no movimento e reivindicarão reduções nos impostos, em especial o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), informa o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan.

Na avaliação do prefeito de Sinop, Nilson Leitão, o movimento não pode

perder força até o dia 8 de maio, data prazo para o governo Federal emitir uma resposta sobre as reivindicações feitas pelo movimento em Lucas do Rio Verde, ao técnico coordenador de Política do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese. “O juiz compreendeu a nossa situação e o movimento não pode diminuir até o dia 8, pois se a resposta não for positiva, continuaremos os protestos”, disse.

O prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, disse que Julier admitiu a continuidade do movimento nos parâmetros atuais, ou seja, com a retenção apenas de cargas agrícolas e insumos. Participaram da reunião, os prefeitos: Marino Franz (Lucas do Rio Verde), Dilceu Rossato (Sorriso), Adriano Pivetta (Nova Mutum), Altamir Kurten (Claudia) e Nilson Leitão (Sinop), e o deputado Dilceu Dal’Bosco.

ADESÃO 1 - Desde a última segunda-feira, as mobilizações se estenderam ao Sul do Estado. A é feita no entroncamento entre as BR-163 e 364, em Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá) e agora deverá ser engrossada com as adesões dos produtores de Campo Verde e Primavera do Leste. O produtor e ex-governador do Estado, Rogério Salles, explica que hoje, às 6h, os produtores se reúnem para traçar as estratégias de bloqueio deste segundo dia. “Nossa intenção é manter a interdição somente às cargas de grãos e insumos”.

ADESÃO 2 - A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) se reuniu ontem com a Comissão de Gestão da Crise dos produtores rurais para definir uma pauta única de reivindicações dos dois setores. Segundo o presidente da entidade, José Araújo da Silva, o China, o objetivo é fortalecer a mobilização dos produtores rurais já que algumas reivindicações são comuns. A Unicam representa cerca de 1,5 milhão de motoristas em todo país. “A nossa adesão foi repentina. Mesmo assim, acredito que a mobilização dos caminhoneiros será grande”, prevê China. Na última sexta-feira, os motoristas manifestaram solidariedade ao movimento Grito do Ipiranga.

Segundo China, entre as reivindicações comuns estão a redução do valor do diesel, a criação de um Prêmio de Escoamento da Produção (PEP) para a soja, valorização do dólar e conservação e manutenção das rodovias.

Os caminhoneiros já iniciaram a movimentação em Mato Grosso. Em Goiás, os motoristas estão reunidos em Rio Verde para definir as estratégias de ação. Rondônia e Mato Grosso do Sul já aderiram ao movimento. No Paraná, as cidades de Ponta Grossa, Cascavel e Maringá participam da manifestação. O município de Rosário, na Bahia, também já aderiu ao protesto.

A Comissão de Gestão da Crise é formada pelo vice-presidente oeste da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, e pelo diretor da Famato, Valdir Correa da Silva. A equipe vai centralizar as

informações sobre os movimentos que foram deflagrados no Estado. Segundo Silveira, a palavra de ordem é que todos os agricultores e criadores não comprem, vendam ou paguem qualquer coisa durante o período de manifestação. (Colaboraram Primeira Hora e Marianna Peres)





Fonte: Diário de Cuiabá

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/303428/visualizar/