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Internacional
Segunda - 01 de Maio de 2006 às 22:00

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O filme "Vôo 93" ("United 93"), a primeira produção de Hollywood sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, deixou muitos dos espectadores chorosos e mudos em seu primeiro fim de semana em cartaz nos cinemas americanos. O filme do britânico Paul Greengrass acompanha minuto a minuto, com um tom quase de documentário, o vôo do último avião seqüestrado em 11 de setembro, que não chegou nem a seu destino original nem ao que os terroristas pretendiam alcançar.

Um filme sem estrelas, onde muitos de seus intérpretes nem ao menos são atores, e sim pessoas que viveram de perto esse dia ou companheiros de trabalho de alguns dos mortos. O longa contou com o apoio das famílias das vítimas.

O filme estreou acompanhado de uma grande polêmica sociológica nos EUA sobre se os americanos estão ou não preparados para lembrar o horror vivido naquele dia.

Nos cinemas, a cena se repete: após o fim do filme, as pessoas limpam as lágrimas e recuperam a respiração antes de sair das salas de exibição. Ao sair, o silêncio é cortado apenas pelo choro e pelos suspiros dos espectadores, muitos deles emocionados.

"Não consigo nem chorar, mas gostaria", afirmou Eileen, de 40 anos, após assistir ao filme em um cinema de Ballston, no estado da Virgínia, a apenas cinco minutos de carro do Pentágono.

Os espectadores saem mudos do cinema, depois de ver o filme sem os tradicionais sacos de pipoca e quase sem tocar na pessoa que está ao lado, presos em suas cadeiras. As poderosas imagens do filme impedem que o espectador tire os olhos da tela. Em Nova York, a resposta do público também foi dramática, mas mais dividida. O nova-iorquino Steven Goldman, que em 11 de setembro de 2001 morava perto das Torres Gêmeas, foi assistir ao filme com uma mistura de necessidade e repulsa.

"Muitos dos meus amigos não quiseram vir, mas eu não podia esperar para ver", admitiu, emocionado, após a exibição do longa. "Vôo 93" teve sua estréia mundial na semana passada no Festival de Cinema de Tribeca, uma das áreas nova-iorquinas que viveram os atentados mais de perto.

A reação de Goldman coincide com a pesquisa publicada na sexta-feira pela revista "Variety", em que a metade dos entrevistados disse que queria assitir ao filme, enquanto a outra parte confessava que não tinha nenhuma intenção de ver o longa.

"Vôo 93" arrecadou US$ 11,6 milhões em seu primeiro fim de semana, cinco a menos que "Férias no Trailer" ("RV"), a última comédia de Robin Williams, que arrecadou US$ 16,4 milhões.

O filme de Williams narra as aventuras de um executivo que em plena crise no trabalho decide mudar de vida e viajar com sua família em uma grande casa sobre rodas.

O tom desta comédia familiar é muito diferente do sentimento de fadiga e angústia com que os espectadores de "Vôo 93" saíram dos cinemas.

A presidente de distribuição dos estúdios Universal, produtores do filme, disse à imprensa que a companhia estava satisfeita com a arrecadação de "Vôo 93", muito acima do esperado.

"A estréia é o melhor testemunho do público americano, que disse em alto e bom som que está preparado para o filme e que não é muito cedo", ressaltou.




Fonte: EFE

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