Agricultores ampliam fronteiras fechadas

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia fecharão na terça-feira (2) todas as fronteiras para a circulação de cargas agrícolas. Em Mato Grosso as manifestações, chamadas de Grito do Ipiranga, serão intensificadas com os bloqueios das BR-070, em Barra do Garças, e BR-364, próximo a Rondonópolis. Atualmente estão montadas barricadas em outros 12 municípios do Estado. Com os novos bloqueios, agora ficarão interditadas as saídas para o Norte, Leste e Sul do país.

Na Bahia o protesto acontecerá em Luiz Eduardo Magalhães, município que liga o Estado a Brasília. Em Mato Grosso do Sul barricadas serão montadas em Guaíra, em direção ao Paraná, e Presidente Prudente, rumo a São Paulo.

Hoje as paralisações no Estado vizinho concentram-se em São Gabriel e Chapadão do Sul. Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina já aderiram aos protestos iniciados pelos produtores rurais do Médio-Norte de Mato Grosso. Os Estados também estão barrando a saída de produtos agrícolas e entrada de insumos para a próxima safra. Os agricultores querem que o governo federal apresente soluções aos problemas pelos quais passa o setor. O presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, José Nardes, acredita que com o fechamento das rodovias mato-grossenses cerca de 60% da safra de soja será retida no Estado, o que equivale a 9 milhões de toneladas.

Atualmente estão fechadas as saídas para os Estados de Rondônia, por onde a safra é escoada pelo porto de Itacoatira, no Amazonas. A produção do Médio-Norte também está bloqueada. A partir da semana que vem com o bloqueio em Barra do Garças e Rondonópolis o acesso a Goiás e a região Sul e Sudeste do país também será fechado para as cargas agrícolas. O coordenador do núcleo da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) de Lucas do Rio Verde, Neri Geller, acredita que dentro de 4 ou 5 dias os navios começarão a ficar parados nos portos. Faltará soja para carregar as embarcações.

Somente em Lucas do Rio Verde estão barrados cerca de 10 caminhões, a maioria com soja. A estimativa é que ao longo da BR-163 entre 70 e 80 caminhões estejam retidos.

Para Geller o número não é maior porque muitas carretas retornaram para os armazéns para descarregarem. Novas cargas não estão sendo carregadas porque os armazéns também estão bloqueados na maioria dos municípios.