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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sexta - 28 de Abril de 2006 às 19:56

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Economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente justo. É a primeira experiência na criação de animais silvestres para aproveitar sua carne e o couro, de forma associada e com preservação ambiental”. A afirmativa é do diretor técnico e financeiro do Sebrae Nacional, César Rech, feita durante a assinatura, na tarde de quinta-feira (27/04), do acordo de resultados do projeto Animais Silvestres voltado para o desenvolvimento da cadeia produtiva do jacaré do pantanal (cayman crocodilus yacare) dos municípios de Cáceres e Poconé, localizados no pantanal mato-grossense.

São dois os principais compromissos dos 22 parceiros envolvidos no projeto, entre instituições, prefeituras, órgãos estaduais e federais, além dos principais interessados, os criadores de jacarés. Aumentar até 2008 o número de animais em cativeiro dos atuais 72.000 para 185 mil e comercializar em wet bule (semi-acabado) 75% do total de couro produzido. Em 2005, das 15 mil peles produzidas, apenas um terço (33,33%) foram vendidas no estágio semi-acabado. A previsão é atingir a produção de cerca de 40 mil peles em 2008.

Em Cáceres, distante 210 km a Oeste de Cuiabá, a Coocrijapan (Cooperativa dos Criadores de Jacaré do Pantanal), segundo o seu presidente Gentil Gusman, cria 35 mil animais, abatidos por um frigorífico com capacidade de abater 100 animais/dia. Já em Poconé, 100 km a sudoeste de Cuiabá, a contrapartida da Prefeitura será a doação de 25 hectares, de uma área total 80 hectares, já terraplanados, onde serão construídos frigorífico, curtume, fábrica de farinha de osso, restaurante e loja para venda de artesanatos.

De acordo com um diagnóstico do setor realizado pelo Sebrae em Mato Grosso em Cáceres e Poconé, a produção estadual ainda é baixa para um mercado nacional que movimenta R$ 480 milhões a cada ano – o Estado só abocanha 0,13% (R$ 620 mil) deste mercado. Uma contradição, já que abate parte significativa da produção nacional, mas que ainda agrega pouco valor ao couro.

Enquanto o preço do quilo da carne do jacaré varia entre R$ 15 (aparas e a patinha) e R$ 35 (filé), o couro sai a preço de ouro no mercado internacional. De acordo com a Revista Química e Derivados, um calçado alemão de com a pele do réptil sai em por mais de R$ 2.700,00, enquanto o similar mais caro de couro de boi custa cerca de R$ 800,00 em média. Em torno de 80% da produção nacional é exportada para os Estados Unidos e os 20% restantes são transformados em calçados, bolsas e outros acessórios pelas mais caras grifes brasileiras.

A produção nacional ainda é pequena, se comparada, por exemplo, à da Colômbia, líder mundial do segmento, onde são abatidas 600 mil cabeças legalmente e 1 milhão de forma clandestina a cada ano. Austrália e África abatem 60 mil, também legalmente, para vender a carne.

Serviço Parceiros envolvidos: Sebrae, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal, Coocrijapan, Jacarepan, Aguacerito, Ministério da Integração Nacional, Prefeituras de Cáceres e de Poconé, Seder/MT, Sema/MT, Secitec/MT, Sicme/MT, Sedtur/MT, Empaer, Indea/MT, Ibama, Senai, Fapemat, Unemat e Escola Agrotécnica de Cáceres.





Fonte: 24Horas News

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