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Economia
Sexta - 28 de Abril de 2006 às 09:40

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Dentro de 30 dias uma comissão vai apresentar um estudo de viabilidade técnica e econômica de instalação de uma fábrica de biodiesel em Mato Grosso. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (27) por representantes das associações dos produtores de algodão (Ampa), soja (Aprojosa) e Cooperativa Agroindustrial do Centro-Oeste (Coabra), em reunião ocorrida na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosos (Famato).

O estudo vai apresentar qual tecnologia a ser empregada para produzir 100 milhões de litros de biocombustível por ano. “Propomos que se criasse uma comissão com poderes para fazer contratos e contatos visando apresentar um estudo de viabilidade econômica, técnica e financeira para instalação de uma indústria de biocombustível de tal forma que os produtores, utilizando os produtos que eles produzem como caroço de algodão, soja ou até mesmo milho possa utilizá-los para a produção do biocombustível. Seria uma forma de nós estarmos fornecendo matéria-prima para nós mesmos produzirmos o combustível que hoje é um dos principais fatores de custo de nossa produção”, disse o presidente da Ampa, João Luiz Ribas Pessa.

De acordo com o projeto, o custo da instalação da fábrica está orçado entre R$ 25 a 30 milhões, cujo tempo de construção seria de um ano. A produção atenderia 5% da demanda dos produtores, que reduziriam de 8% para 4% o custo total de combustível em uma lavoura. Com a economia gerada com a utilização do biodiesel, os agricultores poderiam economizar até 2 sacos de soja de 60 quilos em cada hectare cultivado, calcula Pessa.

Atualmente, o Estado de Mato Grosso consome por ano 2,7 bilhões com combustível por ano. Desse total, 2 bilhões são gastos somente na atividade agrícola. “A principal idéia do projeto é reduzir os custos de produção para o produtor”, justificou Pessa.

Segundo Pessa, como a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), está tentando viabilizar a instalação de um centro de referência para estudo de biodiesel, seria possível fazer uma parceria entre os produtores e a instituição. “O que eles estão fazendo na parte de estudo, ou seja, como produzir o biobiesel, nós estaríamos então já aproveitando, quem sabe até utilizando a tecnologia deles, a tecnologia européia ou americana para viabilizar a produção. Enquanto eles estão fazendo o estudo técnico, como isso se faz, nós estaríamos realmente produzindo”, salientou o presidente da Ampa. “O produto será destinado apenas aos cooperados”, adiantou o diretor- administrativo da Aprosoja, Ricardo Tomczyk.

Biodiesel no Brasil - O biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais e é apontado como uma alternativa ao óleo diesel, produto derivado do petróleo. Por ser um combustível que não polui o meio ambiente e como fonte de energia renovável, é tido como uma solução de graves problemas ambientais, como o efeito estufa e a poluição das grandes cidades.

O Programa Brasileiro de Biocombustíveis, define o biodiesel como um combustível formado pela mistura, em diferentes proporções, de éster (nome técnico para um tipo de gordura) de óleos vegetais com o óleo diesel convencional derivado de petróleo. O diesel vegetal, contudo, já é chamado diretamente de biodiesel pelos técnicos, independentemente da mistura com o derivado de petróleo.

O biodiesel vegetal pode ser obtido de diferentes fontes, como soja, girassol, mamona ou simplesmente óleo de fritura doméstica. Para que seja obtido, é preciso separá-lo do óleo vegetal por meio de reações químicas. Isso é feito principalmente por dois processos, dos quais o mais usado é de transesterificação - reação de um óleo vegetal com um álcool (metanol ou etanol - o álcool comum, usado nos automóveis, feito a partir da cana-de-açúcar), na presença de um catalisador (substância que acelera o processo químico), que produz biodiesel e, como subproduto, a glicerina (produto usado nos sabonetes).

Atualmente, a matriz energética nacional é composta por 35,4% de energias renováveis. As perspectivas mundiais apontam que na União Européia a diretiva estabelece em 2% a participação de combustíveis de fontes renováveis na oferta a partir de 2005 e em 5,75% a partir de 2010.





Fonte: 24Horas News

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