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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 24 de Abril de 2006 às 08:14

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A Agrishow Cerrado, realizada de 18 a 22 abril, no parque de exposições Wilmar Peres de Farias, em Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), foi marcada pela apatia geral, como resumem alguns produtores que estiveram presentes. “Teve expositor que nem trouxe máquinas ou qualquer equipamento para cá.

Veio apenas para prestar solidariedade e manter as relações com o cliente”, conta o diretor da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Tomczyk.

Nesta quinta edição os grandes e médios produtores mato-grossenses, estrelas das últimas edições da Cerrado, deram lugar aos pequenos agricultores, que de caravana em caravana somaram mais de 1,3 mil.

Tomczyk concorda que os pequenos estiveram disparadamente em maior número. “O que atraiu os grandes e médios foram as discussões em busca de uma saída para a crise”.

Ele avalia que o objetivo foi alcançado. “O sistema Agrishow entendeu que há uma crise e por isso optaram por uma roupagem nova ao evento”.

Para o presidente da Aprosoja, Rui Ottoni Prado, havia uma sensação “sem graça” e “um clima de desânimo”. “Para mim foi uma feira de reflexão. Sem renda e com custo de produção nas alturas, só cabia a nós ratificar a gravidade da nossa situação e a importância que o agronegócio tem para a geração de renda na balança comercial e na oferta de empregos”.

MINISTRO – A ausência do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, foi notada nesta edição da feira. “Isso causou ainda mais apatia aos visitantes. Já que o caráter da Agrishow Cerrado foi o de discutir a crise, era mais do que necessária a presença dele. Seria mais uma oportunidade de estreitar as relações deste segmento produtivo com a União. Cabe o lamento do produtor”.

BOICOTE – Por que não usar o espaço para protestos ou mesmo um boicote? Questionado, Tomczyk explica que o Sistema Agrishow, deixou claro desde o início dos preparativos desta edição que o foco não seria de comercialização -- apesar deste ser o princípio da feira -- e sim o de buscar saídas e fomentar alternativas ao sistema produtivo estadual.

“Esta foi uma oportunidade de unir a classe e assim entendemos, por isso nenhuma manifestação foi articulada”.

O presidente da Aprosoja argumenta que um boicote seria a sinalização de que o setor não está mais abertos a negociações.

De qualquer maneira, o sindicato rural de Rondonópolis promoveu um alerta simbólico nas imediações do acesso ao parque de exposições, onde a Cerrado estava sendo realizada.

Quatro colheitadeiras fabricadas no ano de 2003 foram colocadas à venda com o irresistível preço de R$ 1,99. O valor representava o ágio sobre o bem. Quem adquirisse teria de arcar com as prestações restantes.

“Nossa intenção foi a de chamar a atenção da sociedade e da mídia de maneira criativa. Mesmo a R$ 1,99, ninguém se interessou pela compra”, tenta brincar Tomczyk.





Fonte: Diário de Cuiabá

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