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Economia
Sexta - 21 de Abril de 2006 às 07:43
Por: Marianna Peres

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As vendas externas mato-grossenses quebram mais um recorde. O volume comercializado em março, US$ 522,71 milhões, é o maior contabilizado pela pauta estadual. Até o fechamento dos números do mês passado, o recorde mensal pertencia a agosto do ano passado -- período de pico para nossas exportações -- quando as vendas somaram US$ 447,4 milhões.

O desempenho do mês de março surpreendeu analistas e proporcionou outra conquista: o primeiro trimestre de 2006 acumula saldo de US$ 1,03 bilhão, cifras jamais vistas.

Com números tão positivos, como destaca o coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Maurício Capilé, o resultado não poderia ser outro: alta de 48,11% nas exportações, comparando o primeiro trimestre de 2006 com igual período de 2005 e de 52,36% na balança comercial estadual, no mesmo período em análise.

Com relação ás importações o crescimento é considerado tímido (5,80%). “As exportações crescem acima da média nacional e as importações ficam aquém. Falta equilíbrio ao Estado”.

Avaliando este atual cenário, Capilé arrisca opinar que as exportações estaduais, diante da manutenção deste ritmo, poderão totalizar US$ 5 bilhões no final deste ano. “Prevíamos para 2006 alta de 10% em relação aos US$ 4,15 bilhões de 2005, ou seja, alcançar cerca de US$ 4,5 bilhões até dezembro”.

Ele destaca que ainda estamos distantes do período de pico das vendas internacionais. “Existe a expectativa de que a partir de julho haja a reação dos segmentos da madeiras, de aves e suínos (havendo o fim do embargo russo), da soja e do algodão (com colheita a partir de meados de junho). Serão quatro setores despontando ao mesmo tempo. Assim esperamos”, aposta o coordenador.

PAUTA – O curioso desta disparada das exportações mato-grossenses é que ela acontece em um momento em que o dólar e os preços das commodities são considerados desfavoráveis. Mesmo liderando a pauta, o complexo soja (grãos, farelo, óleo e lecitina) se expande em meio a crise e cresce 5 pontos percentuais em relação ao acumulado de 2005. “Esse comportamento é antes de mais nada curioso.

O complexo passou de uma participação de 73,18% para 78,04%. Se estamos vendendo mais a commodity grão, por exemplo, é porque existe maior procura pelo mercado”.

Capilé destaca também que o aumento no volume físico dos embarques de soja podem estar sendo promovido pelos produtores, que estão vendendo mais, para tentar compensar a as perdas em cifras. “Mas vale ressaltar que o ganho de US$ 0,02 por quilo comercializado acaba sendo um atrativo para quem comercializa toneladas”.

Os dois centavos a mais parecem nada, mas fazendo as contas temos um aumento de 1,4 milhões de toneladas que foram vendidas a mais, em comparação ao trimestre de 2005. Multiplicando esse aumento pelos US$ 0,02, há um ganho de US$ 22,84 milhões.

Capilé destaca ainda os resultados do complexo carnes (bovina, suína e aves) que somam em três meses US$ 95,62 milhões, incremento de 151,68% em relação ao primeiro trimestre de 2005. “O destaque vai para o segmento de carnes bovinas que revelam alta de 206,24%, comparando os dois períodos. O segmento soma US$ 83,02 milhões”.

Capilé lembra que a alta da pauta estadual também pode ter sido impulsionada pelas vendas da carne bovina. “Muita carne saia de Mato Grosso e recebia a chancela de exportações como se fosse de São Paulo. Depois dos casos de aftosa, o Estado ganhou mercado”.

LADO RUIM – No caminho contrário às altas da soja em grão, principalmente, e da carne bovina, Mato Grosso contabiliza perda de 60% nas exportações de aves. “A gripe aviária mudou o hábito europeu e de outros países”. Seguindo o mesmo caminho, as carnes suínas apresentam queda de 32,38%, neste mesmo período. “Aqui tínhamos a Rússia como o principal mercado. Com o embargo as carnes de Mato Grosso, os preços no mercado internacional recuaram 13% e acaba sendo mais atrativo direcionar o produto ao mercado interno”.

Outra notícia ruim vem do segmento madeireiro, que ainda tenta se adequar às novas regras ambientais e luta contra as chuvas que não permitem o início da nova safra. O segmento contabiliza perdas de 26,20%. “Esperamos que em 120 dias haja uma reação”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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