Arma barata atrai ‘compradores’

Dois adolescentes presos com um revólver no bairro Araés disseram à polícia que haviam comprado a arma em sociedade. Pagaram R$ 100 pela arma calibre 32 e resolveram usá-las em assaltos. Fariam os roubos em dupla, mas cada semana um estaria armado. A prisão ocorreu anteontem à noite. Um dos garotos tem 14 anos em mora no bairro Três Barras e o cúmplice, de 16, reside no CPA IV.

A detenção deles ocorreu nas proximidades de um hospital. Funcionários desconfiaram dos adolescentes e acionaram a PM. Ao perceber a aproximação dos policiais, um dos garotos tentou se livrar da arma, mas os policiais perceberam a manobra.

Na Delegacia Metropolitana, eles disseram que desde fevereiro estão com o revólver. Não admitiram porém que fizeram algum assalto. Estudam durante o dia e resolveram praticar os roubos à noite. Asseguraram que esse seria o primeiro. Os pais dos adolescentes foram localizados e se comprometeram a apresentá-los na Vara da Infância e Juventude da Capital.

Segundo policiais da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), o baixo preço das armas, principalmente as usadas, está estimulando os garotos a se armarem. Na terça-feira, um adolescente de 17 anos foi preso no Parque Cuiabá com um revólver, ameaçando atirar em várias pessoas, inclusive sua avó.

Ele alegou que comprou a arma de um rapaz no CPA II pagando R$ 50. “Comprei porque achei barato. Só isso. Não iria fazer assalto e nem atirar em minha avó”, garantiu.

Para o chefe de operações da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), policial civil Wladimire Lima Barros, está se tornando rotineira a prisão de menores que compram revólveres porque acharam o preço barato.

“Temos vários casos desses. São armas compradas em bocas-de-fumo. Os traficantes se desfazem das armas. E são compradas por outros bandidos que praticam assalto. Acaba sendo um círculo vicioso que só acaba com a apreensão (da arma)”, observou.