Plano de prevenção da gripe aviária é menos rigoroso que setor pedia, diz produtor

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves, afirmou hoje (6) que o plano de prevenção à gripe aviária lançado pelo governo é menos rigoroso do que o setor produtivo solicitava. Mesmo assim, disse Gonçalves, o plano atende às necessidades de controle sanitário.

"Em discussões com o Ministério da Agricultura, notamos que haveria certas dificuldades jurídicas e técnicas para implementar um plano tão duro como estávamos preconizando", ressaltou Gonçalves. "Flexibilizamos o plano, porém, é um plano que atende as reivindicações do setor".

Os produtores defendiam a adoção imediata de um regime de restrição do trânsito de aves e subprodutos entre os estados. O Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção de Doença de Newcastle, lançado hoje pelo governo, prevê que essa medida seja adotada apenas no caso da ocorrência de um foco da doença.

Esse foi o principal ponto de discussão entre governo e empresários e acabou atrasando a conclusão do plano, que começou a ser elaborado em outubro de 2004 e passou por consulta pública. A falta de consenso acabou atrasando a publicação do plano, que estava prevista para dezembro do ano passado.

De acordo com Gonçalves, o preço do frango sofreu redução de até 30%. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse que o produto brasileiro não sofre restrições no mercado externo. "Não há obstáculos para as exportações brasileiras - o que existe é uma certa queda de consumo em alguns países e isso provoca uma reação em cadeia de ajuste da oferta", explicou o ministro.

Segundo ele, a redução nas exportações provocou aumento no consumo interno. O consumo atualmente é de cerca de 40 quilos per capita. Em 2005, esse consumo era de 34 quilos por pessoa.