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Economia
Sábado - 08 de Abril de 2006 às 08:00
Por: Marcondes Maciel

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O efeito do pacote de medidas anunciado na quinta-feira à noite pelo governo para socorrer os produtores rurais foi imediato. Ontem pela manhã, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) anunciou que irá solicitar a repactuação das dívidas junto ao Banco do Brasil (BB), volume contabilizado em cerca de R$ 5 bilhões, entre custeio e investimentos.

“Vamos aguardar os detalhes de como será feito o novo alongamento das dívidas, inclusive em relação às taxas de juro. Se as condições forem melhores, os produtores vão pedir o cancelamento das negociações já feitas com o BB e o reenquadramento às novas exigências”, alerta o presidente da Famato, Homero Alves Pereira.

Ele disse que as condições anteriores não agradam os agricultores. “As taxas [de juro], para se ter uma idéia, estão entre 15% e 20% para as dívidas de custeio e investimento, com prazo de até cinco anos para pagamento. Não é o que o produtor quer. Muita gente fez [a renegociação] porque não tinha outra saída”, assinala.

Com o anúncio das medidas para socorrer o setor, a história mudou. “Se o governo Federal decidiu flexibilizar e melhorar as condições de renegociação, é porque realmente reconhece a gravidade da crise. E o produtor tem o direito de optar por uma condição melhor, pois quem deve é ele e só ele sabe se está dentro de suas possibilidades ou não cumprir as regras impostas pelo governo”.

Na opinião do presidente da Famato, o BB “terá que ter bom senso” e rever a sua posição em relação às novas regras de repactuação previstas neste pacote.

“Não conhecemos ainda os critérios que o Ministério da Agricultura irá adotar nesta nova equação das dívidas. O certo é que os produtores vão usar todas as prerrogativas para buscar o que é melhor para cada um”, sublinha Homero.

Ele está recomendando aos produtores que ainda não negociaram com o Banco do Brasil, para que não procurem a instituição. “Estamos recomendando cautela por parte dos produtores. Aqueles que não fizeram a recomposição devem esperar pela resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que regulamentará as medidas. Temos certeza de que as condições serão bem melhores do que as atuais”.

BANCO DO BRASIL - O superintendente regional do Banco do Brasil, Renato José Araújo Barbosa, informou que até ontem à tarde não havia recebido qualquer instrução do Mapa sobre o pacote de medidas do governo. “Aguardamos as instruções, assim como a aprovação das medidas pelo Conselho Monetário Nacional e a sua regulamentação nos próximos dias”, disse.

Barbosa considerou válido o pleito que os produtores irão fazer para que os contratos já negociados sejam repactuados nas novas condições. “Ainda não sabemos quais serão estes critérios, mas se o CMN autorizar vamos ajustar os contratos de acordo com os novos procedimentos. Não vemos dificuldades em fazer isso e acreditamos que será benéfico para o produtor, que poderá pagar a sua dívida em condições melhores que as atuais”, anuncia.





Fonte: Diário de Cuiabá

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