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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quinta - 06 de Abril de 2006 às 06:24

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Uma equipe da Universidade de Michigan descobriu uma forma de distinguir e isolar células-tronco cancerígenas, muito semelhantes às normais, e destruí-las sem causar dano às células-tronco sadias do mesmo tecido.

Num estudo que será publicado hoje na revista "Nature", o responsável pelo estudo e diretor do Centro para Biologia de Células-Tronco da Universidade de Michigan, Sean Morrison, afirma que a pesquisa prova ser possível estabelecer quais são as células-tronco normais e quais são as cancerígenas.

Além disso, as conclusões permitem "aproveitar as diferenças para matar as cancerígenas sem prejudicar as normais no mesmo tecido", segundo Morrison.

A progressão de algumas formas de câncer, inclusive a leucemia, parece ser dirigida por células-tronco cancerígenas. São muito raras, com maior capacidade de reprodução que outras células cancerígenas, e por isso são mais malignas, segundo o estudo.

Para poder curar o câncer é preciso desenvolver tratamentos que destruam estas células-tronco, acrescentou Morrison.

No entanto, elas têm características muito semelhantes às de células normais no mesmo tecido.

Há três anos, Morrison fez parte de uma equipe da Universidade de Michigan que descobriu que o câncer de mama tinha suas próprias células-tronco. Elas parecem ser os fatores principais no crescimento do tumor e possivelmente na metástase.

A descoberta abriu um novo rumo para os tratamentos contra o câncer: em vez de tentar de eliminar até a última célula do tumor, os médicos podiam se concentrar na destruição das células que o provocam.

No entanto, distinguir células-tronco malignas das normais, que são aquelas usadas pelo organismo para repor as suas células danificadas por ferimentos, doenças e envelhecimento, é um grande problema.

Os resultados sugerem que, entendendo melhor os mecanismos que regulam a manutenção de células-tronco normais, será possível desenvolver tratamentos contra o câncer mais eficientes e com menos efeitos colaterais, segundo a "Nature".

"Isto é especialmente importante no caso de pacientes de leucemia, nos quais os tratamentos atuais têm efeitos secundários que podem ser fatais", disse Morrison.

"A habilidade de atacar estrategicamente as células-tronco que iniciam a leucemia terá sem dúvida um grande impacto em nossa capacidade para tratar a doença" disse Riccardo Váldez, professor assistente de Patologia na Universidade de Michigan.

Morrison, porém, lembrou que até agora as conclusões se limitam a ratos de laboratório e não podem ser imediatamente estendidas a seres humanos.





Fonte: EFE

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