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Economia
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 09:53

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A média atual de preços para região de Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), apresenta cotação para a saca de 60 quilos entre R$ 9,50 e R$ 10, cifras abaixo da média obtida na safra 04/05, quando os valores pagos tiveram média de R$ 10,60. A região concentra a maior produção do milho safrinha do Estado.

O analista da AgRural em Cuiabá, Seneri Paludo, conta que em 2003 a média foi de R$ 13, em 2002 atingiu o limite de R$ 20, em 2001 foi a R$ 6,60 e em 2000, R$ 8,25.

O analista aponta que os produtores estaduais estão de olho nas sinalizações e confirmações do mercado. “Como Mato Grosso não tem consumo suficiente para liquidar a oferta interna de milho, fica a apreensão, porque se a demanda ficar recuada, mesmo com uma safrinha de média a boa, teremos preços achatados”.

A demanda brasileira por milho é basicamente formada pelo setor avícola. 38% do milho produzido no Brasil vai para a avicultura, um segmento que passa por um momento delicado, pós os surtos da gripe aviária e os impactos de um dólar desvalorizado. Já a suinocultura absorve 23% da produção nacional de milho. Os dois segmentos respondem por 61% da demanda pelo grão. “E com o cenário desfavorável às exportações, sobra milho no mercado interno e corremos o risco de terminar o ano de 2006 com estoques de passagem maiores do que os estoques inicias deste ano”, alerta Paludo.

PREOCUPAÇÃO - De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deverá produzir 40,8 milhões de toneladas (t) – saldo da produção da 1ª a 2ª safras – para um consumo interno estimado em 39,3 milhões/t. Paludo chama a atenção para outro raciocínio: Além do déficit entre produção e consumo, existe da safra passada um estoque de passagem de 3,2 milhões/t. “Somando as sobras da safra passada (04/05) com as sobras estimadas do atual ciclo (1,5 milhões/t), teremos um estoque final 4,7 milhões/t. Ou seja, vamos fechar 2006 com estoque maiores do que os que iniciaram o ano”, analisa.

Paludo frisa que a safrinha brasileira de milho está estimada em 9 milhões/t, “mas por ser segunda safra é uma incógnita, pois depende muito de clima, e nos últimos anos o Centro-Oeste tem sofrido com veranicos e o Sul com geadas”. Segundo ele outro fator poderá reduzir as estimativas da safrinha brasileira: redução de tecnologias.

“Por conta de vários fatores – falta de renda no campo e desestímulo pelo preço do milho – a safrinha foi plantada com menor aplicação de tecnologias e área reduzida. O tamanho da safra brasileira, assim como qual o tamanho da demanda brasileira por milho, são incógnitas ainda”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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