CPI aponta crimes fiscais cometidos por Duda

O item sete do relatório final da CPI dos Correios, intitulado "Atividades de Marcos Valério - O Valerioduto" traz um ponto sobre movimentações financeiras, dedicado quase que totalmente ao publicitário Duda Mendonça, onde são apontados indícios de crimes de evasão de divisas e de sonegação fiscal.

Nele, o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) constata que parcela dos recursos arrecadados por Marcos Valério foi remetida ao exterior com o objetivo de saldar dívidas de campanha. Por meio de dados solicitados a órgão americanos, o relatório conclui que, ao contrário do que foi afirmado, Duda Mendonça era beneficiário, além da Dusseldorf, da empresa Stuttgart .

Além disso, sua esposa e sócio também possuíam conta no exterior. Sobre isso, o relatório afirma: "O envio oculto de valores para o exterior e a manutenção de contas não declaradas no exterior são características do delito de evasão de divisas, antecedente de lavagem de dinheiro".

A CPI enquadra ainda o publicitário no crime de sonegação fiscal, ao afirmar que a declaração do pagamento dos seus impostos não corresponde ao que realmente foi recebido.

Por último, o relatório aponta possível crime contra a administração. "Essa hipótese indicou mais uma faixa de crimes que servem como antecedentes da lavagem de dinheiro, incluindo corrupção e fraudes a licitações", diz trecho do documento. Serraglio atribui a acusação ao possível recebimento de comissão para o fechamento dos serviços prestados na campanha, indicando que o acordo para a realização de negócios poderia ter ido além do pagamento de serviços.