Setores produtivos vão usar tecnologia para melhorar qualidade

O uso de novas ferramentas para produzir informação é a mais nova arma dos principais setores produtivos em Mato Grosso. Para tanto, deve ser implantado um comitê gestor para se criar um selo de qualidade a fim de dar mais transparência e auditabilidade de um programa piloto do check-list desenvolvido pela empresa Módulo Security.

Sob a coordenação do secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, a proposta do programa único foi discutida na tarde desta segunda-feira (27.03) com representantes da Associação dos Produtores de Algodão (Ampa), de Soja (Aprosoja), Centro de Processamento de Dados (Cepromat), Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso (Famato), Associação dos Criadores de Animais de Mato Grosso (Acrimat), Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e empresários.

Os benefícios do programa de segurança da informação vão desde a gestão e centralização de todos os dados nas propriedades à análise de riscos mais consistentes em cada imóvel. A meta, informou Vettorato, é se criar no Estado três selos: um verde (para a questão ambiental), um social (normas trabalhistas) e o fitosanitário para se cumprir as exigências de sanidade animal. “Essa bandeira não é do Governo. É do sistema produtivo, da Ampa, da Aprosoja. É um programa de interesse do agronegócio e para isso temos que criar os mecanismos”, afirmou o secretário referindo-se à estratégia. Ele destaca que é preciso avançar para melhorar a qualidade e competitividade da produção econômica.

O pontapé do uso desta tecnologia em Mato Grosso é o sistema de Gerenciamento de Riscos para a pecuária, desenvolvido pelo Cepromat, em parceria com a Módulo Security para coleta de dados reais para o sistema de gerenciamento de riscos, que visa proteger o rebanho mato-grossense contra a febre aftosa. O projeto piloto usado pelo Indea para aprimorar o controle da doença foi apresentado na Seder.

A partir do mês de maio, 30 fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), orientados por técnicos do Centro de Processamento de Dados de Mato Grosso (Cepromat) e Módulo Security, percorrerão 570 propriedades rurais do Estado, localizadas em regiões de fronteira, indicadas pela Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FioCruz). “Estamos trabalhando com animais suscetíveis à febre aftosa. Assim, ficamos seguros para executar as atividades”, disse a diretora-técnica do Indea, Maria Auxiliadora Diniz.

Algumas ações semelhantes ao projeto piloto já são adotadas pela Ampa. Com a finalidade de diagnosticar, orientar, propor medidas corretivas, monitorar e conscientizar o produtor para tornar-se um empreendedor com responsabilidade social, numa iniciativa inédita no país a Ampa criou, há dois anos, o Instituto Algodão Social (IAS) com o intuito de dar orientação, legislação e relações trabalhistas aos produtores nas fazendas.

O IAS se baseia na Norma Reguladora nº 31, que compõe a legislação trabalhista. Cinco equipes composta por técnicos em segurança, saúde, meio ambiente e recursos humanos já fizeram o check list em 150 das 400 fazendas de algodão, informou o diretor-executivo do IAS, Félix Balaniuc.