ONU: não há alimentos em Gaza por bloqueio de cruzamento de Karni

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU alertou hoje que a falta de alimentos é alarmante na Faixa de Gaza e destacou que é fundamental que as autoridades israelenses abram o cruzamento fronteiriço de Karni para permitir a passagem das cargas de ajuda humanitária.

A população de Gaza requer 450 toneladas de assistência alimentícia diária, disse a porta-voz do PMA, Christiane Berthiaume, após explicar que durante as 48 horas em que essa passagem esteve aberta nesta semana só puderam ingressar 16 caminhões com 300 toneladas.

"É muito pouco. Praticamente não há mais reservas de alimentos na Faixa de Gaza", advertiu a porta-voz.

O alimento básico que mais escasseia é o pão, já que é quase impossível encontrar farinha para sua fabricação nesse território palestino ocupado, embora quando isso ocorre os preços costumam ser pelo menos um 30% superiores aos normais.

As reservas se esgotaram após o fechamento em 21 de fevereiro do cruzamento de Karni, que é aberto certos dias e durante horas ou minutos pelo Exército israelense.

O fechamento dessa passagem, pela qual chega a maior parte das mercadorias negociadas entre palestinos e israelenses, criou o risco de uma crise humanitária nos territórios ocupados, segundo advertiram organizações de direitos humanos.

Israel justificou a medida invocando razões de segurança e o suposto risco de atentados.

Diante desta situação, o PMA disse que é fundamental que haja dois corredores para chegar à Faixa de Gaza, pois o fato de que só se disponha de um provoca terríveis congestionamentos durante o limitado tempo em que permanece aberto.

Christiane afirmou que se avalia a possibilidade de transportar as mercadorias desde o Egito, mas que por enquanto a passagem na qual se pensa - o de Kerem Shalom - não está bem equipada.